terça-feira, 17 de agosto de 2010

Férias

Caros leitores,

Mais por motivos de trabalho do que propriamente férias, terei que fazer uma interrupção na minha actividade como blogger, pois como terão reparado tenho dado pouca atenção ao Internacionalizzando.

Retomarei a 1 de Setembro com energias renovadas para continuar este projecto.

Umas boas férias para todos!

sábado, 14 de agosto de 2010

Economia europeia

O New York Times noticiou já há alguns dias que a economia da Alemanha já começou a sua recuperação, vendo as suas exportações retomarem o vigor de há alguns anos (para alguns, melhores ainda do que há alguns anos) e o desemprego baixar. São boas notícias também para a restante economia europeia, dado o peso deste país, assim como para Angela Merkel que enfrenta um período difícil de popularidade e que pode ser salva por estes indicadores...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Candidato Presidencial


Conseguirá Wyclef Jean dar ao Haiti a esperança que aquele país parece ter perdido irreversivelmente?

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Atentado ou não atentado?

Ficará, pelo menos por enquanto, por esclarecer o que realmente se passou no passado dia 4 no Irão, quando uma coluna de veículos onde seguia Ahmadinejad foi atingida por:
a) uma granada (primeira versão)
b) um petardo (versão oficial)

Estas são as hipóteses possíveis. Já quanto ao autor da façanha que gerou o pânico na comitiva que acompanhava o Presidente iraniano, há outras duas possibilidades:

a) um opositor que queria matar Ahmadinejad (primeira versão)
b) um apoiante que queria manifestar a sua felicidade à passagem de Ahmadinejad (versão oficial)

A dificuldade em apurar a verdade relativamente a este caso é, compreensivelmente, imensa. As primeiras versões contradizem as versão apresentadas mais tarde pelos media ligados ao regime e ficaremos sem saber se foi apenas uma questão de falta de rigor na transmissão da notícia ou se a versão oficial teve que ser modificada a pedido do governo, para não ser publicitado um atentado contra o seu líder, o que também não me espantaria... O que me admirou mais foi o facto de o Presidente não ter referido, no seu discurso, que os israelitas queriam matá-lo, o que faz frequentemente.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O outro

É curiosa a notícia do NYT que relata um conjunto de casos de estudantes americanos que escolhem o Médio Oriente para o seu "junior year". Será uma mera questão de moda? Que, ainda assim, não pode passar despercebida. Ou antes um questionamento aos valores ocidentais junto dos quais cresceram e aprenderam?

Iraque, Afeganistão, Irão, Israel: estão no centro dos acontecimentos mais marcantes das relações internacionais dos últimos anos - pelos mais diversos motivos. Mais ou menos ocidentalizados, mais ou menos muçulmanos, cada um deles incorpora realidades bastantes distintas daquelas que preenchem a experiência de vida de qualquer jovem europeu ou americano. E é essa distância e essa curiosidade pela cultura diferente, pela alteridade, que é exaltada nesta notícia e que me parece muito salutar. É com a abertura e a proximidade que se conhece o outro e que so consegue desenvolver a tolerância necessária para o aceitar e lidar com ele.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Pelo Brasil...

"Televisamente", os dois principais candidatos à presidência brasileira estão empatados. Algum nervosismo de Dilma e pouca assertividade de Serra foram as causas deste empate, segundo os media brasileiros. No entanto, para um país com a importância do Brasil na cena internacional, é de lamentar que a audiência do primeiro debate tenha estado nos 5,5%, enquanto que a do jogo de futebol transmitido pela mesma altura quase chegou aos 37%...

As referências a Marina Silva, dos Verdes, e Plínio Arruda, do PSOL, foram muito escassas.

Tudo continua em aberto numas eleições que eu não quero perder! E você também não!

domingo, 8 de agosto de 2010

(Dis)tensão

Houve uma festa na América Latina e a tensão entre a Colômbia e a Venezuela diminuiu. Na tomada de posse do novo presidente colombiano, esteve presente o próprio Ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano, em representação de Chávez. Será este um passo para o apaziguamento dos dois vizinhos? Ou estará a Venezuela a tentar criar amizade e lançar o isco a Juan Manuel Santos?

sábado, 7 de agosto de 2010

In Memoriam

6 de Agosto de 1945
8 e um quarto da manhã.
Já premiste o botão
que fez descer 100 milhões de graus centígrados - morte
e erguer da terra um belo clarão
enorme e deslumbrante.
Missão cumprida.
Espera-te um país reconhecido
e mais tarde
os pés no vazio
quando souberes que
em poucos segundos, sob as tuas asas,
desde as ruas e jardins do centro
até aos campos em redor,
homens, mulheres, crianças e animais
foram varridos por um vento
que pulverizou tudo o que encontrou no seu caminho;
que alguns sobreviveram gritando queimados de morte
entre cinzas e cascalho,
que os arrozais perderam a verdura
e a relva ardeu como palha seca.
Número total de mortos: cerca de 70 000.
Um belo clarão...
enorme, sábio, deslumbrante.
A teu lado alguém pergunta:
Meu Deus, que fizemos?...
José Luís Tinoco


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

"A obesidade mental"


A Obesidade Mental - Andrew Oitke
por João César das Neves
O prof.  Andrew Oitke publicou o seu polémico livro «Mental Obesity», que revolucionou os campos da educação, jornalismo e relações soPublicar mensagemciais em geral.

Nessa obra, o catedrático de Antropologia em Harvard introduziu o conceito em epígrafe para descrever o que considerava o pior problema da sociedade moderna.

«Há apenas algumas décadas, a Humanidade tomou consciência dos perigos do excesso de gordura física por uma alimentação desregrada. Está na altura de se notar que os nossos abusos no campo da informação e
conhecimento estão a criar problemas tão ou mais sérios que esses.»

Segundo o autor, «a nossa sociedade está mais atafulhada de preconceitos que de proteínas, mais intoxicada de lugares-comuns que de hidratos de carbono. As pessoas viciaram-se em estereótipos, juízos apressados, pensamentos tacanhos, condenações precipitadas. Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada. Os cozinheiros desta magna "fast food" intelectual são os jornalistas e comentadores, os editores da informação e filósofos, os romancistas e realizadores de cinema. Os telejornais e telenovelas são os hamburgers do espírito, as revistas e romances são os donuts da imaginação.»

O problema central está na família e na escola.

«Qualquer pai responsável sabe que os seus filhos ficarão doentes se comerem
apenas doces e chocolate. Não se entende, então, como é que tantos educadores aceitam que a dieta mental das crianças seja composta por desenhos animados, videojogos e telenovelas. Com uma «alimentação intelectual» tão carregada de adrenalina, romance, violência e emoção, é normal que esses jovens nunca consigam depois uma vida saudável e equilibrada.»

Um dos capítulos mais polémicos e contundentes da obra, intitulado "Os Abutres", afirma:

«O jornalista alimenta-se hoje quase exclusivamente de cadáveres de reputações, de detritos de escândalos, de restos mortais das realizações humanas. A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular.»

O texto descreve como os repórteres se desinteressam da realidade fervilhante, para se centrarem apenas no lado polémico e chocante. 

«Só a parte morta e apodrecida da realidade é que chega aos jornais.»

Outros casos referidos criaram uma celeuma que perdura.

«O conhecimento das pessoas aumentou, mas é feito de banalidades. Todos sabem que Kennedy foi assassinado, mas não sabem quem foi Kennedy. Todos dizem que a Capela Sistina tem tecto, mas ninguém suspeita para que é que ela serve. Todos acham que Saddam é mau e Mandella é bom, mas nem desconfiam porquê. Todos conhecem que Pitágoras tem um teorema, mas ignoram o que é um cateto».

As conclusões do tratado, já clássico, são arrasadoras.

«Não admira que, no meio da prosperidade e abundância, as grandes realizações do espírito humano estejam em decadência. A família é contestada, a tradição esquecida, a religião abandonada, a cultura banalizou-se, o folclore entrou em queda, a arte é fútil, paradoxal ou doentia. Floresce a pornografia, o cabotinismo, a imitação, a sensaboria, o egoísmo. Não se trata de uma decadência, uma «idade das trevas» ou o fim da
civilização, como tantos apregoam. É só uma questão de obesidade. O homem moderno está adiposo no raciocínio, gostos e sentimentos. O mundo não precisa de reformas, desenvolvimento, progressos. Precisa sobretudo de dieta mental.»

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Percalço diplomático

As afirmações de Nick Clegg provocaram polémica. O Vice-Primeiro-Ministro inglês não desempenhou correctamente o seu papel, uma vez que estando a representar David Cameron deveria ter ponderado mais as suas palavras ao considerar ilegal a invasão do Iraque, já que nomes pesados do partido conservador também aprovaram a invasão. Tentou corrigir mais tarde dizendo que era a sua posição pessoal, mas isso não evitou um grande deslize no desempenho da sua função. 

A notícia bem explicada no Público, aqui.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Mordaça venezuelana


Notícia do Público de 21 de Julho que pode ser lida aqui.

"O Presidente venezuelano Hugo Chávez anunciou que o Estado poderá assumir o controlo do principal canal de televisão ligado à oposição, a Globovisión, o que está a ser considerado um novo ataque à liberdade de expressão. A estação emitiu um comunicado a defender que a sua linha editorial “não se expropria”.

Chávez fez as contas em directo, no programa televisivo Alô Presidente. Explicou que 28,5 por cento das acções da Globovisión estão na mão do banqueiro Nelson Mezerhabe, que vive em Miami, nos EUA, e está a ser investigado na Venezuela por “corrupção”, depois de o Banco Federal, que dirigia, ter falido e sido intervencionado pelo Estado. Outros 20 por cento pertenciam ao fundador do canal, Luis Teófilo Nunez, que morreu em 2007, e agora deverão “passar para o Estado”. Ao todo, são 48,5 por cento das acções Globovisión."


Autoritarismo a quanto obrigas...

domingo, 1 de agosto de 2010

América Latina - tensão entre Venezuela e Colômbia

De volta à América Latina: os ânimos andam exaltados entre a Venezuela e a Colômbia. Esta última acusa Caracas de apoiar as FARC no seu território de onde planeariam os ataques contra si, o que levou à primeira a cortar relações com ela e a decretar o alerta máximo nas fronteiras. É claro que este corte diplomático não pode ser apenas visto à luz deste último acontecimento, mas de uma sequência de eventos que foram azedando as relações entre os dois países, nomeadamente a grande proximidade colombiana dos americanos, que têm bases militares no seu solo, por exemplo. Naturalmente que Chávez tinha esta espinha atravessada na sua garganta e esta foi a última gota. 

A ONU apela à resolução pacífica do diferendo, enquanto que os EUA defenderam que devem levar-se muito a sério estas acusações colombianas e que a Venezuela deve levar a cabo um inquérito. As percepções mútuas dos vários países envolvidos reflectem-se, como seria de esperar, na posição diplomática face ao problema. A queixa da Colômbia foi apresentada no TPI e aguarda-se o desenvolvimento da situação. Milhares de tropas venezuelanas estão pela fronteira, mas parece-me improvável um conflito, se bem que a retórica de Chávez aponta para uma revisão da estratégia em caso de guerra com o vizinho...