segunda-feira, 25 de outubro de 2010

UE

A "Ditamole", por Boaventura Sousa Santos

Deixo alguns excertos do interessante texto do sociólogo Sousa Santos, cuja versão integral podem encontrar aqui.

"Se nada fizermos para corrigir o curso das coisas, dentro de alguns anos se dirá que a sociedade portuguesa viveu, entre o final do século XX e começo do século XXI, um luminoso mas breve interregno democrático. Durou menos de 40 anos, entre 1974 e 2010. Nos 48 anos que precederam a revolução de 25 de abril de 1974, viveu sob uma ditadura civil nacionalista, personalizada na figura de Oliveira Salazar. A partir de 2010, entrou num outro período de ditadura civil, desta vez internacionalista e despersonalizada, conduzida por uma entidade abstrata chamada "mercados".


As duas ditaduras começaram por razões financeiras e depois criaram as suas próprias razões para se manterem. Ambas conduziram ao empobrecimento do povo português, que deixaram na cauda dos povos europeus. Mas enquanto a primeira eliminou o jogo democrático, destruiu as liberdades e instaurou um regime de fascismo político, a segunda manteve o jogo democrático mas reduziu ao mínimo as opções ideológicas, manteve as liberdades mas destruiu as possibilidades de serem efetivamente exercidas e instaurou um regime de democracia política combinado com fascismo social. Por esta razão, a segunda ditadura pode ser designada como "ditamole".

Os sinais mais preocupantes da atual conjuntura são os seguintes. Primeiro, está a aumentar a desigualdade social numa sociedade que é já a mais desigual da Europa.
(...)
Segundo, o Estado social, que permite corrigir em parte os efeitos sociais da desigualdade, é em Portugal muito débil e mesmo assim está sob ataque cerrado.
(...)
Terceiro, Portugal transformou-se numa pequena ilha de luxo para especuladores internacionais."

domingo, 24 de outubro de 2010

E que tal a separação do Estado e da Igreja?

What the hell?!

Desabafo eleitoral

O "El Mundo" publicou uma sondagem que revelava que, se as eleições fossem hoje, o Partido Popular Espanhol as venceria com uma diferença de quase 13 pontos relativamente ao PSOE. Nada de escandalosa nesta informação. Assim como não é inesperada uma derrota dos Democratas nos Estados Unidos, uma eventual vitória do PSD numas próximas eleições em Portugal, uma estrondosa derrota de Sarkozy em França, a eventual derrota de Merkel, etc. Como ser percebe pelo panorama eleitoral internacional (se é que isso existe) é a vontade de mudança das populações. Aquilo que me questiono é se essa vontade de mudança se prende apenas com a crise ou com a falta de identificação do eleitorado com os seus políticos nos poder. Será Portugal menos de esquerda do que há alguns anos atrás? Será a França mais de esquerda agora? E serão os americanos mais conservadores?

Esta reflexão pode ser completada com aquilo que se passa no Brasil. Contrariando o resto do mundo, a tendência é de manutenção, de seguimento, de não rotura. Mas o Brasil e o resto dos países que mencionei têm que ser colocados em grupos diferentes: o primeiro, porque está em crescimento, com dinheiro para políticas sociais que atraem qualquer eleitorado; o segundo, porque está em declínio, a fazer frente a uma dura crise que os impele a cortes e mais cortes. E, para mim, são estes cortes que levam e levarão às mudanças que poderão a vir a ocorrer nos governos europeus e americano - exceptuando o de Angela Merkel que poderá fugir a este padrão.


As medidas de austeridade desagradam à população; os escândalos de corrupção e de falta de seriedade na política minam a confinaça dos eleitores que se afastam. Quando há prosperidade, mantém-se o executivo. Por isso, as eleições são efectivamente um lugar de "accountability" e "responsiveness", de pedir contas do que foi alcançado. Mais do que como foi ou deverá ser alcançado. Não é uma batalha ideológica. É uma batalha de resultados.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Austeridade

Uma das consequências das medidas de austeridade no Reino Unido é um corte substancial (de 20%) na despesa na defesa - algo não muito expectável num governo conservador. 

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Brasil

O apoio de Marina Silva a um dos candidatos era uma possibilidade - para mim, remota, mas uma possibilidade. No entanto, tal como era esperado, a ex-candidata declarou que não apoiaria nem Serra nem Roussef.

O que acontecerá no final do mês é ainda relativamente incerto. Acredito na vitória de Dilma, mas as previsões não estão assim tão optimistas como há umas semanas atrás. O escândalo da casa civil afectou muito a imagem da amiga de Lula da Silva e nem o presidente parece ser capaz de lhe dar descanso estes dias com uma vitória garantida. Os 19% de eleitores que apoiaram os Verdes farão agora a sua escolha. Ideologicamente, os Verdes estão próximos do Partido Trabalhista do que dos conservadores do PSDB, mas há sempre um certo grau de incerteza nos comportamentos eleitorais. Se Serra vencer, o que me espantaria muito, seria uma grande reviravolta em todo o panorama político brasileiro. Inesperadamente o país parecia não querer seguir o caminho traçado por Lula. Ou será que isso não faz diferença?

domingo, 17 de outubro de 2010

Algumas notícias rápidas...

1. A Rússia vai construir uma central nuclear na Venezuela.

2. ONU propõe conversações sobre o nuclear com o Irão no próximo mês.

3. No comment: "“A epidemia de sida é uma forma de justiça imanente”, afirma o arcebispo católico de Malines-Bruxelas, monsenhor André-Mutien Léonard"

4. Desde o 11 de Setembro que não se via uma operação mediática como o resgate dos mineiros chilenos.

5. Dilma está a perder terreno para Serra.


sábado, 16 de outubro de 2010

Vários Eventos

SEMINÁRIO DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS

2010/2011

SEMINÁRIO DE CIÊNCIA POLÍTICA

No âmbito da conferência

A Dimensão Subnacional da Integração Regional na Europa e na América Latina

21 e 22 de Outubro (9h-18h)

Sexta-feira, 22 de Outubro de 2010

10H

Sala Polivalente (FCSH - UNL)

Challenges and Prospects of International Regionalism

Luciana Ghica

University of Bucharest

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Workshop


Tráfico de Seres Humanos, Estratégias Nacionais e Locais

Sala A, Fundação Cidade de Lisboa
26 de Outubro de 2010
Lisboa

Convite

O Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais (IEEI) tem o prazer de convidar V. Exa. para participar no workshop Tráfico de Seres Humanos, Estratégias Nacionais e Locais, que terá lugar no dia 26 de Outubro, entre as 9h e as 18h, na Sala A da Fundação Cidade de Lisboa (Campo Grande 380, 1700-097 Lisboa).

O workshop integra-se num projecto desenvolvido pelo IEEI que cruza as perspectivas da promoção de direitos humanos, da segurança e da política de imigração, com o objectivo de contribuir para um combate mais eficaz ao tráfico de seres humanos em Portugal e no contexto europeu.

A iniciativa contará com a participação de diversos oradores, nacionais e estrangeiros. Em anexo a este convite encontra-se a ficha de inscrição e o programa do workshop.

Para participar, muito agradecemos o preenchimento e envio da ficha de inscrição para pmf@ieei.pt. Entrada gratuita. O almoço é livre.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Evento

convite

O director do Instituto da Defesa Nacional e o director do Instituto Português de Relações Internacionais têm o prazer de convidar V. Exª para o seminário A NATO E A UNIÃO EUROPEIA que se realiza no dia 22 de Outubro de 2010, pelas 9h00, no auditório 1 do Instituto da Defesa Nacional, Calçada das Necessidades, nº 5, Lisboa.

RSSF até 20 de Outubro.

programa

9h00-9h30 ABERTURA

Vitor Rodrigues Viana, director do Instituto da Defesa Nacional

Carlos Gaspar, director do Instituto Português de Relações Internacionais

Pedro Lourtie, secretário de Estado dos Assuntos Europeus


9h30-10h30 CONFERÊNCIA DE ABERTURA

José Cutileiro, ex-secretário-geral da União da Europa Ocidental

10h30-11h00 intervalo para café

11h00-12h00 A PARCERIA ESTRATÉGICA DA NATO E DA UE

João Marques de Almeida, Comissão Europeia

Daniel Korski, ECFR (a confirmar)

12h00-13h00 A ALIANÇA ATLÂNTICA E A SEGURANÇA EUROPEIA

Carlos Gaspar, IPRI-UNL

Simon Serfaty, CSIS

13h00-14h30 almoço

14h30-15h30 OS ESTADOS UNIDOS, A RÚSSIA E A UNIÃO EUROPEIA

Roger Kanet, Universidade de Miami

Raquel Freire, Universidade de Coimbra

15h30-16h00 intervalo para café

16h00-17h30 MESA REDONDA

OS ESTADOS UNIDOS, A UNIÃO EUROPEIA E A DEFESA DA DEMOCRACIA

Teresa de Sousa, IEEI

Bruno Reis, ICS

José Lamego, Faculdade de Direito de Lisboa

17:30-18:00 ENCERRAMENTO

Augusto Santos Silva, ministro da Defesa Nacional

inscrições online www.idn.gov.pt

mais informações 213 924 659 . idn.relacoespublicas@defesa.pt . www.idn.gov.pt

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Ainda sobre o Nobel

O Nobel da Paz continua a dar que falar.

1. A China continua a boicotar a notícia;

2. Já cancelou um encontro marcado com uma ministra norueguesa;

3. A mulher do laureado está detida em casa e não pode contactar amigos e familiares;

4. O PCP já reagiu: Aqui

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A guerra pelos 19

No Brasil, em tempo de nova campanha eleitoral, há a guerra pelos 19% de Marina Silva. O Partido da ex-candidata irá decidir qual dos dois agora na corrida à Presidência apoiar ou se ficará neutra nesta batalha. Os vinte milhões de votantes em Marina serão decisivos para o resultado final das eleições e daí o impacto que isto tem tido na vida política brasileira.

O líder dos Verdes parece querer apoiar Serra; Marina fala em conversações e opinião. O que é certo é que a sua será sempre a última palavra. E para ajudar no processo, a candidata dos Verdes apresentou um documento, Agenda para um Brasil sustentável e justo, no qual lança 10 propostas aos candidatos:

"1. Liberdade de imprensa e transparência das informações sobre execução orçamental.


2. Reforma eleitoral com adopção do voto distrital misto (metade maioritário, metade proporcional) e financiamento público de campanhas.


3. Sete por cento do PIB para educação, procurando universalizar o acesso à pré-escola e à creche; eliminação do analfabetismo; valorização dos professores; criação do Sistema Nacional de Educação.


4. Subsídio à educação de jovens em situação de risco; valorização salarial de policiais; reforma do modelo policial.


5. Uma agência reguladora para a Política Nacional de Mudanças Climáticas; publicação de estimativas de gases com efeito de estufa; transformar em lei as metas de redução de gases-estufas; aumento das energias renováveis; fim de leilões para termoeléctricas movidas a diesel ou carvão mineral; supressão do imposto sobre veículos eléctricos e híbridos; moratória sobre novas centrais nucleares; criação do Sistema Nacional de Prevenção e Alerta sobre Desastres Naturais; universalização da banda larga.


6. Dez por cento do orçamento federal para saúde; Programa Saúde da Família para 80 por cento da população; aumento para 75 por cento dos domicílios com acesso à rede de esgotos e pelo menos 50 por cento com tratamento do esgoto.


7. Desmatamento zero de vegetação nativa primária e secundária; veto a alteração do Código Florestal que reduza áreas de reserva legal; Plano Nacional para Agricultura Sustentável.



8. Limitar gastos governamentais; proposta de reforma tributária em seis meses de governo; revisão da tributação de acordo com impacto sobre o meio ambiente.


9. Política externa orientada pela promoção da paz, liberdade, democracia e respeito dos direitos humanos.


10. Conclusão da demarcação e homologação das terras indígenas e criação de fundo para apoiar indígenas; implementação do Sistema Nacional de Cultura; combate à discriminação racial, sexual e religiosa."

(Fonte: Público)

Estas são as ideias de Marina. Mas tal como dizia Bernardo Carvalho na mesma notícia do Público:

""Quando a Marina saiu do governo do Lula, a política de ambiente virou um desastre", diz ao PÚBLICO. "Eu quero a Marina como ministra do Ambiente, mas não a quero como Presidente. Ela é uma candidata assustadora. Por trás dessa aparência do bem, tem uma coisa hiperconservadora em relação ao casamento gay, ao aborto, ao ensino do criacionismo." 


Quanto ao casamento gay, Marina disse que deveria ser matéria de referendo, e quanto ao criacionismo disse que devia ser ensinado na escola, a par do evolucionismo. Enquanto praticante evangélica, a sua posição em matérias sociais tende a ser conservadora, com a ressalva de que são posições pessoais, e defende plebiscitos."


Vergar-se-ão os candidatos ainda na corrida a alguns destes pontos para conseguirem mais votos? Só a continuação da campanha poderá dar-nos as respostas.

domingo, 10 de outubro de 2010

Evento


SEMINÁRIO PERMANENTE DE HISTÓRIA DO BRASIL ·
Evergton Sales SouzaUniversidade Federal da Bahia
Um milagre da memória. São Francisco Xavier e a epidemia na Bahia em 1686
21 de Outubro de 2010 – 18:00h – FCSH – Edifício I&D (Sala Multiusos 2, Piso 4)

Organização
CHAM - Centro de História de Além-Mar, Universidade Nova de Lisboa e 
Universidade dos Açores
Sessão conjunta com o Centro de História da Cultura (UNL|FCSH)

sábado, 9 de outubro de 2010

Afinal, nem na China...


Afinal nem na China correrá tinta? Quer dizer, a China censurou a notícia sobre o Nobel da Paz deste ano. Tinta parece não correr. 

Dizia o Público de ontem:

"A censura chegou ao Weibo, site de pesquisa semelhante ao Twitter, e ao Sina, serviço de micro blogging do portal com o mesmo nome. A emissão da CNN foi bloqueada quando se transmitia o anúncio. O jornal da noite da televisão do Estado abriu com inundações na ilha chinesa de Hainan, diz a AFP.


Tentativas para enviar mensagens de texto nos telemóveis com os caracteres chineses do nome de Liu Xiaobo falharam, enquanto uma pesquisa com as palavras-chave “Prémio Nobel, paz, Liu Xiaobo” não davam qualquer resultado em motores de busca como o Sina, o Sohu e o Baidu."


No entanto, como todos os restantes países souberam mais abertamente do acontecimento, muita tinta será necessária para defender a sua posição, especialmente no âmbito diplomático e face ao estrangeiro. Agora o regime não tem nas suas celas um pseudo-criminoso que acusam de promover a desordem, mas o próprio Nobel da Paz de 2010, juntamente com as vozes de todo o mundo que passaram a conhecer o senhor e que por ele falam contra os chineses. Pequim ameaçou o seu relacionamento com Oslo depois desta bofetada diplomática. O que será que se segue? Para mim, o pior ainda está para vir e afinal Xiaobo poderá ser quase tão polémico como Obama...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Nobel da Paz

No ano passado, comecei o meu blogue com a publicação de um post sobre o Nobel da Paz 2009. Obama era a escolha do Comité, apesar de toda a polémica que levantou e da tinta que fez correr. O prémio de 2010 não causará tanto celeuma, pelo menos no que se refere a grande parte do mundo; o mesmo já não poderá ser dito em relação à China. Claro que a opinião sobre este galardoado não andará a correr os quatro ventos deste país pelas razões que todos conhecemos - mas pelo menos saberemos que causará alguma instabilidade e desconforto no seio das elites políticas que tanto temiam a nomeação.

Liu Xiaobo é o Prémio Nobel da Paz de 2010. E merecidamente o receberá, ainda que não o faça pessoalmente, uma vez que está detido. Já escrevi um post sobre ele aquiaqui que podem recordar. As notícias em vários jornais internacionais servirão melhor para conhecer o percurso deste lutador pacífico.

Evento


CONVITE
CICLO DE CONFERÊNCIA



O Instituto de História Contemporânea (IHC), em colaboração com a União das Associações de Comércio e Serviços (UACS), divulga o ciclo de conferências "A República falhada: leituras sobre o 31 de Janeiro de 1891". Este ciclo de conferências pretende promover a discussão em torno da primeira tentativa de implantação da República em Portugal, através da apresentação de novas abordagens e leituras sobre o fracasso do golpe de 31 de Janeiro de 1891 e as suas implicações na génese do movimento republicano nacional. Servirá, em simultâneo, como introdução à exposição “O Pequeno Comércio e a Implantação da República (1870 – 1910)” com a qual se pretende comemorar, a partir de Novembro, o centenário da Revolução Republicana e os 140 anos de existência da UACS, fundada em Janeiro de 1870, então com a designação de Associação Comercial de Lojistas de Lisboa.



CONFERÊNCIAS

Maria Antonieta Cruz, Universidade do Porto
O golpe de 31 de Janeiro de 1891: uma ousadia breve?
Data: 11 de Outubro de 2010, 18h00
*
Isabel Corrêa da Silva, ICS, Universidade de Lisboa
O espelho fraterno: o Brasil no imaginário do 31 de Janeiro
Data: 18 de Outubro de 2010, 18h00
*
Daniel Alves, IHC, FCSH, Universidade Nova de Lisboa
O «31 de Janeiro» dos lojistas: republicanismo e participação eleitoral do pequeno comércio lisboeta
Data: 25 de Outubro de 2010, 18h00



As sessões decorrem na sede da UACS, na Rua Castilho, n.º 14, Lisboa.


A entrada é livre

Emprego

Tipo :Estágio
Empresa: Grupo Português com operações no mercado doméstico e exterior.

Descrição das Funções:
Oferece-se estágio profissional de nível 5 de qualificação IEFP de 1 ano na área de Relações Internacionais com possibilidade de integração nos quadros da empresa.

Requisitos pretendidos:
- Preencher os requisitos do Programa de Estágio Profissional de Nível 5 de Qualificação do IEFP.
- Licenciatura em Gestão, MKT ou Relações internacionais. 
- Experiência profissional em gestão e coordenação de negócios. 
- Experiência em contacto com outros Mercados, nomeadamente com o Mercado Africano será valorizada. 
- Idade compreendida entre os 25 e 35 anos. 
- Domínio das línguas Francesa e Inglesa. 
- Proactivo, com características de líder, pragmático e com raciocínio analítico. 
- Orientação para o Cliente e Resultados. 
- Híbrido no sentido de possuir competências de gestão, pedagogia, estratégicas e comerciais .
- Disponibilidade para deslocações. 
- Residência no Aveiro.
Resposta: CV e Carta de Apresentação para o email luiscruz@grupel.pt, com o Assunto: Resposta a anúncio de Relações Internacionais (m/f) – Distrito de Aveiro.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O mundo, no futuro

Ao mesmo tempo que se noticiava a subida para o segundo lugar no ranking das maiores economias do mundo, deu-se conta de uma perspectiva também ela já há muito prevista e que é a descida da China do segundo lugar para o terceiro, mas no ranking da população, sendo ultrapassada pela Índia.

As previsões são para as próximas décadas a Índia alcançar os 1748 milhões de habitantes, quase um quinto da população mundial, logo seguida pela China 1437 milhões. Note-se, para qualquer consideração geoestratégica ou outra, que o terceiro país nesta lista é os Estados Unidos que, ainda assim, chega “apenas” aos 423 milhões de habitantes, muito longe dos dois no topo e seguido pelo então maior país muçulmano e grande rival do primeiro, o Paquistão.

Em África, aponta-se para uma subida da Nigéria, que ultrapassará o Brasil, que será relegado para a oitava posição, atrás do Bangladesh. Tanto a Rússia como o Japão descem do top ten, sendo substituídos por africanos – a Etiópia e a República Democrática do Congo.

Dão que pensar…

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Um mundo em mudança

Há muito se previa que isto acontecesse e em Agosto consumou-se: a China ultrapassou o Japão como segunda maior economia do mundo, ficando agora apenas abaixo dos Estados Unidos. Depois de décadas de crescimento acelerado, a China tem vindo a tornar-se num dos maiores parceiros comerciais de todo o mundo, especialmente daquela região, suplantando o Japão.

As previsões apontam agora para que este gigante substitua os Estados Unidos em 2023 como principal economia mundial. Por várias vezes reflecti sobre este acontecimento. Sou, na verdade, um pouco céptico relativamente a esse movimento – só incluo alguns dados básicos nessa reflexão e, portanto, não descarto nem ignoro essa outra possibilidade. Tento é problematizar vários dados sobre os quais os economistas parecem não debruçar-se – não é a função deles, neste caso. Várias questões gravitam em torno dessa reflexão: a formação da sociedade chinesa e o eventual aumento do custo da mão-de-obra, a religião e as oposições internas, o modelo comunista, a integridade territorial e a grande probabilidade de desagregação, a violência e os Direitos Humanos. Até que ponto a comunidade internacional aceitará esta superpotência? Até que ponto não a obstacularizará? Tornar-se-ão os seus cidadãos mais conscientes da vida no mundo ocidental e exigirão melhor tratamento? Resistirá a China aos diferentes grupos étnicos que se digladiam? Aguardemos...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Era uma vez no Brasil... V

As sondagens à boca das urnas apontavam para uma segunda volta e esta acabou por confirmar-se. Dilma Roussef não conseguiu a vitória à primeira ronda, ficando-se pelos 46,9%, bem distante dos 33% de Serra. Mas como referem vários jornais hoje, a grande culpada dos valores dos dois principais candidatos foi Marina Silva, a candidata que, superando todas as previsões, quase alcançou uns invejáveis 20% que determinaram a segunda ronda. O seu objectivo era precisamente esse: impedir uma vitória absoluta de Dilma, transtornar o panorama eleitoral - e conseguiu-o, foi a vencedora da noite. Agora, os quase 20 milhões de eleitores que optaram pela candidata dos Verdes vão ser disputados até 31 de Outubro pelos dois candidatos que seguem para o segundo sufrágio. Em princípio, se tudo correr como previsto, a maioria de Roussef está assegurada, uma vez que, apesar de recolher os descontentes de ambas as facções, os apoiantes de Marina tenderão mais a a confiar em Dilma do que em Serra. Por enquanto, certo é apenas a aposta nestes indecisos na campanha dos dois e a segunda volta, a acontecer daqui a quatro semanas.

domingo, 3 de outubro de 2010

Iraque sem guerra

Desde 2003, o Iraque sofreu com a invasão de estrangeiros no seu território, a morte de militares e civis e do seu líder político, Saddam Hussein. Independentemente das razões desta Guerra e de se concordar ou não com ela, o “virar da página” de que falava Obama no seu discurso de retirada é um momento emocionante para qualquer iraquiano ou soldado no terreno. A promessa de Obama foi cumprida e, como dizia Chritopher Hill, é necessário agora ver o Iraque como um país e não como uma guerra – eu digo mais: é necessário que o Iraque se transforme num país e que aguente não resvalar para uma outra guerra. Desta vez, seria uma guerra fratricida, onde as diferentes facções que ainda se sustentam sob a mesma entidade política se digladiariam. Que a retirada das tropas signifique mais do que o fim da guerra, que signifique o início de uma paz verdadeira.

sábado, 2 de outubro de 2010

Era uma vez no Brasil... IV

O que poderia estragar este percurso brilhante e imaculado? Um escândalo. E ele surgiu; na realidade um quasi-escândalo. Em meados de Setembro, a sucessora de Roussef na Casa Civil e o seu braço direito foi envolvida num processo escandaloso de “corrupção e nepotismo” (Público, 14 de Setembro), ao favorecer uma empresa do filho. A publicação que o divulgou é conhecida pelas suas tendências de direita e tentou manchar a campanha de Dilma. Aparentemente, esta passou incólume desta situação da qual conseguiu sempre retirar-se, apesar de Serra aproveitar imediatamente o mote, prometendo o fim de situações como esta no Brasil. Um boa jogada, mas sem bons resultados no imediato. Segundo as sondagens, a popularidade desta candidata aumentou inclusivamente em um ponto percentual.

Contudo, mais tarde, com o desenvolvimento sobre a situação da Casa Civil, houve um ligeiro decréscimo no apoio à candidata de esquerda. E assim se encontra a situação actualmente. O apoio de Dilma recuou, Serra tentou aproveitá-lo para seu benefício e Marina Silva lançou as últimas cartadas, acusando ambos os candidatos de continuidade face a estes problemas graves de corrupção na política brasileira. Esta candidata dos Verdes pode ter sido, afinal, a que mais lucrou com todo o escândalo, uma vez que é a que apresenta uma alternativa aos dois “grandes”, uma “terceira via”, segundo as suas palavras no último debate televisivo entre os três.
 
“Dilma Rousseff fechou ontem a campanha eleitoral às presidenciais brasileiras a pedir serenidade. Ao lado de Lula, apelou ao voto na “continuidade”. Prometeu erradicar a pobreza e falou à classe média. Hoje, uma sondagem aponta para a queda da candidata petista em todas as regiões. Aumentam as hipóteses de uma segunda volta.” (Público, 28 de Setembro)

Agora, em dia de eleições, resta aguardar pelos resultas e ver a escolha soberana do povo brasileiro. As cartas estão lançadas.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Era uma vez no Brasil... III

Toda a campanha eleitoral de Dilma Roussef se baseou, segundo a minha perspectiva, num relativo paradoxo: ora era apoiada por Lula da Silva, como sua protegida e sucessora, aquela que seria capaz de levar a “Missão Lula” avante; ora se afirmava uma mulher independente que conseguiria pensar por si e não ser uma “marionete”. É claro que ambas as situações são compatíveis e podem justapor-se; no entanto, a força da campanha de Roussef pareceu basear-se mais no apoio incondicional do Presidente do que no resto. É, aliás, compreensível. O número de votos que a candidata terá ganho com a campanha activa que o Presidente levou a cabo ao seu lado é, para mim, incalculável. Atrevo-me mesmo a dizer, sem pôr em causa a competência governativa da senhora, que um Lula mais na sombra e sem uma posição tão efusiva poria em causa os resultados destas eleições. Não seriam, certamente, os mesmos ou não fossem os 75% de aprovação que Lula tem junto da sua população. Não foi sempre assim: no início da campanha, ainda em Julho, duvidava-se da capacidade de influência desta popularidade. Para mim, ela desapareceu com o tempo.

Dizia um artigo do NYT do dia 25 de Julho:

“The attitude is, ‘If Lula says she is the right person, she is the right person,’ ” said Riordan Roett, the director of the Latin American program at Johns Hopkins University. “I can’t think of any other case in Latin America in the recent past where this has been the case, where a twice-elected president was simply saying, ‘Trust me.’ ”

“We support Lula’s candidate,” said Severin João da Silva, a 57-year-old farmer in Caetés. “Lula was the best president Brazil has ever had, and after he became president everything got better.”

Naturalmente, a campanha de José Serra teria de ser diferente, dirigir-se a outro tipo de eleitorado, em zonas mais prósperas, nomeadamente no sudeste do país. Serão eles suficientes? Outro ponto forte da campanha de Serra era criticar a falta de currículo político de governação da sua grande opositora trabalhista (Lula gabou por várias vezes as capacidades de liderança da sua escolhida e fê-la acompanhar cada vez mais frequentemente em eventos públicos ao seu lado.). Alguns opositores tentaram demover o apoio de Lula, ameaçando-o de o processar por usar o seu poder presidencial para fazer campanha por Roussef. Outra estratégia de Serra passou ainda por tentar ligar o Partido Trabalhista às FARC e, inclusivamente, ao tráfico de droga – conseguiu, contudo, apenas ser chamado de “Serra Palin” por um colunista brasileiro.
 
Em Agosto, já se falava em vitória de Dilma Roussef à primeira volta. Com os tempos de antena na televisão e no rádio, a vantagem face a Serra continuou a aumentar, uma vez que Dilma conseguia um maior crescimento na sua popularidade através destes meios muito eficazes junto dos que têm pouco acesso à informação – uma notícia dizia que muitos brasileiros até então não sabiam que ela era a “candidata do presidente”. No entanto, uma notícia do Público dava igualmente conta que a candidata do PT também era a preferida entre os eleitores com mais rendimentos. As notícias do aumento da diferença entre os dois candidatos foram-se sucedendo ao longo do mês de Agosto e nos inícios de Setembro.

Evento


Exmo(a) Sr(a).

O Instituto de Defesa Nacional informa que a Comissão Portuguesa do Atlântico (www.cpatl.org) está a organizar uma Cimeira dos Jovens Atlanticistas em Lisboa, que decorrerá em simultâneo com a Cimeira da NATO entre 18 e 20 de Novembro de 2010. A CPA está a recrutar jovens investigadores (idade entre 23 e 35 anos) para participarem nesta Cimeira dos Jovens Atlanticistas. Os candidatos à participação – estudantes (alunos de mestrado ou doutoramento), investigadores, professores ou outros interessados, com fluência em Inglês - deverão enviar o nome, idade, e-mail, filiação institucional e grau académico para ipri@ipri.pt.
Essas informações devem ser enviadas até dia 1 de Outubro.
Melhores cumprimentos
Pelas Relações Publicas

Evento

(só não percebo os preços...)


OdessaNational UniversityModel United Nation 2010

You are welcome to participate in international student conference 
OdessaNational University Model United Nations 2010 (ONUMUN) on November 26 -28, 
2010. The conference will take place on the Black Sea coast, at Odessacity, 
Ukraine. This year we organize our conference in ninth time. 

ONUMUN gives a unique and interactive opportunity for university students from 
all over the world to become familiar with international issues and to enhance 
students’ understanding of the institutional and political in-workings of the UN 
organization. At this role-playing game participants assume roles of diplomats 
representing various member-states of the UN and simulate the debate happening 
in several bodies of the UN and one regional organization, following the 
corresponding rules of procedure.
We have a great traditional support from the General Consulates accredited in 
Odessa and Ministry of Foreign Affairs of Ukraine. 

During the conference the work will be in the following committees: 
* Security Council - (Topic to be discussed: Situation in Iran)
* Human Rights Council - (Topic to be discussed: Domestic Violence)
* Economic and Social Council- (Topic to be discussed: Economic Crimes) 
* United Nations Framework Convention on Climate Change- (Topic to be 
discussed:Climate Change and its Influence on Human Security). 

The deadlinefor application is – 1th of November, 2010. 
The registration is online at www.onumun.org


Participation fee:
Citizens of Ukraine - 15 euro (150 hrivnas) 
Citizens of the CIS states – 20 euro
Citizens of the EU, the USA, Canada and Switzerland – 40 euro
Citizens of other states – 30 euro

You will have free lunches within 3 days of the conference. 
We don’t have travel grants. 

Please, take into account that you should pay for your accommodation, but our 
team do our best to arrange the cheap hostel for all participants. 

For any additional information, please, visit our web-site www.onumun.org . Or 
feel free to ask ONUMUN team via e-mail onumun@ukr.net