O Kosovo sempre foi um caso que me interessou particularmente, pois não é todos os dias que se vê nascer um país. E o Kosovo deve ser o mais recente caso desse género, já eu andava nas lides das Relações Internacionais. Por isso ainda hoje o sigo com alguma atenção.
As eleições neste jovem país, as primeiras desde a declaração da independência, têm dado que falar. Hashim Thaçi, líder do partido cujas sondagens apontavam como vencedor (apesar da diferença desse PDK para o da oposição, o LDK, não ser muito grande) apresentou um discurso virado para o Ocidente, para a União Europeia, para a NATO. À partida, este líder teria tudo para vencer. No entanto, os 45% de desemprego e os 2 milhões de habitantes a viver abaixo do limiar da pobreza dificultaram a popularidade de Thaçi, também ele associado à corrupção. Pior: além disso, a oposição acusa-o de fraude nas eleições, o que, convenhamos, não é muito positivo para alguém que ajudou a fundar a democracia kosovar. Podia ter sido uma espécie de Mustafa Kemal kosovar. Mas a verdade é que não foi. Ou pelo menos não tem sido.
Um dos motivos que leva a oposição a fazer tal afirmação é o facto de, em alguns sítios do país, conhecidos pelo apoio ao Primeiro-Ministro, a afluência ter alcançado os 94%, sendo que a média nacional não alcança os 50 pontos percentuais (fica-se pelos 48%). Ora, realmente é motivo para desconfiar.
Esta novela enriquece ainda o seu enredo com o processo que o Primeiro-Ministro kosovar vai instaurar a um relator do Conselho da Europa, por este o ter acusado de estar envolvido no tráfico de droga e de órgãos humanos. Mais pormenores, aqui.
Esta novela enriquece ainda o seu enredo com o processo que o Primeiro-Ministro kosovar vai instaurar a um relator do Conselho da Europa, por este o ter acusado de estar envolvido no tráfico de droga e de órgãos humanos. Mais pormenores, aqui.
A vitória do partido democrático de Thaçi foi em cerca de 30% contra 26% da oposição. Agora veremos o que acontece no país...
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