O que poderia estragar este percurso brilhante e imaculado? Um escândalo. E ele surgiu; na realidade um quasi-escândalo. Em meados de Setembro, a sucessora de Roussef na Casa Civil e o seu braço direito foi envolvida num processo escandaloso de “corrupção e nepotismo” (Público, 14 de Setembro), ao favorecer uma empresa do filho. A publicação que o divulgou é conhecida pelas suas tendências de direita e tentou manchar a campanha de Dilma. Aparentemente, esta passou incólume desta situação da qual conseguiu sempre retirar-se, apesar de Serra aproveitar imediatamente o mote, prometendo o fim de situações como esta no Brasil. Um boa jogada, mas sem bons resultados no imediato. Segundo as sondagens, a popularidade desta candidata aumentou inclusivamente em um ponto percentual.
Contudo, mais tarde, com o desenvolvimento sobre a situação da Casa Civil, houve um ligeiro decréscimo no apoio à candidata de esquerda. E assim se encontra a situação actualmente. O apoio de Dilma recuou, Serra tentou aproveitá-lo para seu benefício e Marina Silva lançou as últimas cartadas, acusando ambos os candidatos de continuidade face a estes problemas graves de corrupção na política brasileira. Esta candidata dos Verdes pode ter sido, afinal, a que mais lucrou com todo o escândalo, uma vez que é a que apresenta uma alternativa aos dois “grandes”, uma “terceira via”, segundo as suas palavras no último debate televisivo entre os três.
“Dilma Rousseff fechou ontem a campanha eleitoral às presidenciais brasileiras a pedir serenidade. Ao lado de Lula, apelou ao voto na “continuidade”. Prometeu erradicar a pobreza e falou à classe média. Hoje, uma sondagem aponta para a queda da candidata petista em todas as regiões. Aumentam as hipóteses de uma segunda volta.” (Público, 28 de Setembro)
Agora, em dia de eleições, resta aguardar pelos resultas e ver a escolha soberana do povo brasileiro. As cartas estão lançadas.
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