O título deste post é da autoria de Nuno Monteiro, professor de Ciência Política em Yale, cujo blogue eu aconselho a lerem.
O post está relacionado com os dois países mencionados no título e, como não poderia deixar de ser, os Estados Unidos. Nuno Monteiro acredita na formação de uma "coligação" entre os EUA e a Índia para contrabalançar a influência de uma China crescente. Efectivamente, a oferta do apoio da Casa Branca a um assento permanente no CS da ONU é um sinal dessa aproximação, que deve desagradar a China.
No entanto, não pode ignorar-se o efeito perverso dessa aliança: a luta contra o terrorismo e o envolvimento do Paquistão, como o autor tão bem aponta. Que incentivo terá o Paquistão para continuar a apoiar os Estados Unidos numa luta que não lhe traz aparentemente benefícios? Não será mais fácil ceder aos apelos dos terroristas que se instalaram no seu território do que a uns EUA que se aliam cada vez mais ao seu inimigo número um, a Índia? Porquê apoiar um país que pode ajudar o inimigo a reforçar a sua posição na região?
Estas são questões fundamentais que têm que ser ponderadas com a devida precaução. Os Estados Unidos continuam, como dá para ver, no meio de todos estes fluxos. O sucesso no Afeganistão também pode em muito depender desta ligação. E a China? Até onde conseguirão os EUA fazer-lhe frente com uma aliança com a Índia? Serão os dois capazes de contrabalançar o peso chinês? E o que pedirá em troca a Índia? Apoio face ao Paquistão? Um faca de dois gumes, um jogo perigoso.
O post pode ser lido na íntegra (e o blogue acompanhado) aqui.
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