Durante umas semanas, dediquei-me com especial atenção à Guerra do Afeganistão. Li, estudei e analisei a situação afegã desde 2001. Na altura, eu dizia que era um erro falar em retirada e marcar uma data, ainda que bastante alargada, apesar de compreender as motivações que subjazeram a essa estratégia.
Hoje, alguns meses depois, isso está mais do que confirmado. As tropas da NATO continuam com dificuldades em expulsar os taliban de certas zonas do país, apesar de terem conseguido reverter a situação tão negativa do ano de 2009. Pela primeira vez, o Afeganistão tem agora mais militares do que o Iraque e isso teve implicações práticas.
A situação agora está num impasse: ninguém sabe se os EUA (e a NATO) devem continuar no terreno ou se devem retirar na data prevista ou ainda antes ou até depois. As coligações de vontades que os Estados Unidos tanto defenderam começam a fraquejar - países como a Alemanha discutem com intensidade e questionam a necessidade daquele palco de guerra e noutros o cenário é semelhante. A Casa Branca paralisou essa discussão, aguardando por Dezembro, altura de uma revisão da estratégia para o Afeganistão. Aí, sim, serão tomadas medidas concretas e alterada, eventualmente a estratégia.
Resistência taliban, falta de lealdade a Karzai, lacunas no esforço civil, opinião pública (americana, afegã e mundial), eleições americanas, popularidade e desgaste das tropas são alguns dos elementos que não podem ficar de fora dessa análise. O resultado ainda é incerto, porque as variáveis são imensas.
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