O Pacífico, como já se terá compreendido, não é a minha especialidade – mais especificamente, o hemisfério sul desse oceano. A Austrália raramente surge neste blogue. Hoje, a minha intenção é colmatar essa lacuna.
Em Agosto, antes das eleições no país, a Primeira-Ministra trabalhista, Julia Gillard, defendeu que a Austrália, após a morte da Rainha Isabel II, deveria proclamar-se como uma República, abandonando o sistema monárquico. Tony Abbot, líder do partido liberal, é um apoiante da monarquia e, por isso, opõe-se a essa resolução. Segundo um correspondente da BBC, a Austrália é um país bastante patriótico mas muito pouco importado com a forma de governação, o que relega esta questão para uma agenda secundária.
O período de campanha no país decorreu com algumas surpresas. Não havia certezas quanto aos vencedores da corrida: a trabalhista no poder (que substituiu o colega do Labour que teve que abandonar pela falta de popularidade) era vista como uma certa continuidade desejada, mas criticada por alguma incoerência e uma vida pessoal que não se enquadra nos padrões conservadores (em união de facto, sem filhos,…); o opositor, conservador, tinha o trunfo de ser um ex-seminarista casado e com filhos, que prometia lutar contra a imigração ilegal e abrir uns campos de detenção no Pacífico Sul, abandonar a política ambiental de redução de CO2, concentrando-se na criação de uma situação de superavit da balança comercial australiana. (continua)
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