domingo, 25 de abril de 2010

Extrema-Direita II

Sem mais comentários, transcrevo a notícia do Público de hoje:

"Voto na extrema-direita é incógnita das eleições austríacas

A dúvida das eleições presidenciais de hoje na Áustria não é quem ganha - o social-democrata Heinz Fischer parece ter a reeleição assegurada -, mas que percentagem de eleitores escolherá a candidata de extrema-direita Barbara Rosenkranz, que deve ser a segunda mais votada.

As sondagens dão a Fischer, de 71 anos, intenções de voto entre 80 e 82 por cento, garantia quase absoluta de um segundo mandato de seis anos na chefia do Estado. Foi eleito para este cargo em 2004, após o que deixou a militância no SPÖ e se declarou independente.

Não fossem as perturbadoras propostas de Rosenkranz, de 51 anos, mãe de dez filhos, e a campanha eleitoral teria passado quase despercebida, notou a agência AFP. Com o argumento de defesa da liberdade de expressão, a representante da ala mais radical do partido populista de extrema-direita FPÖ reafirmou as suas ideias de reforma da lei que proíbe actividades neonazis e opiniões negacionistas e referiu-se à negação do Holocausto por um deputado do seu partido como um acto de liberdade de expressão.

A "franqueza" de Rosenkranz, que se descreve como uma "nacional conservadora" e defende a ideia de que o papel da mulher é ficar em casa a criar filhos, reflectiu-se de imediato nas sondagens. Os cerca de 20 por cento de intenções de voto baixaram para 13 a 16 por cento, nas sondagens publicadas a uma semana das eleições. Face à controvérsia, inclusive no seio do FPÖ, a candidata arrepiou caminho: jurou que não duvida da existência do Holocausto e que não tem nada a ver com a ideologia nazi.

ÖVP não vai a jogo

Mas o facto de não se ter demarcado das actividades do marido, Horst, que, recorda a AFP, esteve na fundação do partido neonazi NPD, actualmente interdito, não a ajuda. Nem isso nem um vídeo colocado no You Tube, que, lembrava ontem o britânico The Times, a mostra em celebrações do solstício de Verão, integrada num grupo que canta uma velha canção adoptada pelas SS de Hitler, em que se percebe a voz clara da única deputada austríaca que, em 2005, votou contra a Constituição Europeia.

A ausência de um candidato conservador forte - o ÖVP, que integra o Governo de grande coligação liderado pelos sociais-democratas do SPÖ, não apresentou candidato, devido às perspectiva de reeleição de Fischer - poderá beneficiar Rosenkranz, que os membros do seu partido querem que seja uma "mãe para a Áustria".

Os resultados da candidata, que considera a imigração "errada e perigosa" e se opõe à construção de minaretes nas mesquitas, são aguardados com expectativa. A derrota era um dado adquirido à partida, mas uma votação significativa será um estímulo para os radicalismos nacionalistas europeus. O FPÖ e o outro movimento de extrema-direita austríaca, BZÖ somaram nas eleições europeias do ano passado 17,74 por cento.

O terceiro candidato à Presidência é Rudolf Gehring, presidente do pequeno partido cristão CPÖ, que recolhia por quatro a cinco por cento das intenções de voto. Os Verdes, na oposição, optaram por apoiar o Presidente, como forma de travar a extrema-direita. Entre os 6,35 milhões de austríacos que hoje são chamados às urnas estão, pela primeira vez, eleitores com 16 anos."

3 comentários:

  1. =P

    Nós cá temos o Bloco de Esquerda e tu não fazes esta bandeirada.

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  2. Vou-te excomungar!!! Loooool! O BE é só do contra.. Não é prenicioso como esses partidos de extrema-direita!

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