E ninguém contava com esta: Hamid Karzai culpou o Ocidente das fraudes maciças que admitiu terem ocorrido nas eleições de Agosto do ano passado. O Presidente Afegão acusou os estrangeiros presentes de interferências maciças no processo eleitoral, apontando o dedo a personalidades concretas, como foi o caso de Peter Galbraith, já afastado em Setembro por ter ignorado as irregularidades de que teve conhecimento.
"“Sim, houve fraudes, não há dúvidas disso, mas não foi uma fraude dos afegãos, foi uma fraude dos estrangeiros, de Galbraith e do [chefe da missão de observadores da União Europeia, Philippe] Morrillon, disse Karzai, acusando aqueles diplomatas de terem pressionado os membros da Comissão Eleitoral afegã e de terem fornecido informações falsas à imprensa." (Público, 1 de Abril de 2010)
O que eu não consigo perceber é o timing destas acusações e a sua fonte: aquele que, apesar das irregularidades, foi eleito e ficou com o poder que queria. Talvez se prenda com uma intenção estratégica: é que Karzai quer aprovar no Parlamento um decreto que dá poder ao Parlamento para escolher todos os memrbos da Comissão Eleitoral. Os doadores internacionais não acharam bem, uma vez que essa medida, à semelhança da actividade deste executivo, não contribui para a luta contra a corrupção que é fulcral no democracia afegã.
A questão permanece: será realmente uma itnerferência estrangeira em assuntos internos? ou terão direito aqueles que doam constantemente dinheiro para a subsistência do país a manifestar a sua posição face a um assunto tão delicado que mexe com as suas contribuições?
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