Tymoshenko prometeu contestar os resultados eleitorais e depois de alguns dias sem qualquer declaração pública, remetendo-se ao silêncio, acabou por fazê-lo; Ianukovich disse à adversária para reconhecer a derrota e anunciou que as suas prioridades passarão pela dívida pública, pelo reforço (já esperado) das relações com a vizinha Rússia e pela criação de novos laços com a União Europeia. Para mim, algo se afigura pouco claro - sei que é possível construir pontes com ambos os lados das fronteiras ucranianas, mas muitas vezes elas poderão desembocar em posições divergentes e incompatíveis e o Presidente terá que escolher qual delas atravessar. E a escolha de uma implica o afastamento da outra.
A líder da Revolução Laranja não descansa: acusou o adversário de promessas mentirosas e recusa-se a demitir-se voluntariamente, prosseguindo a sua intenção de contestar os resultados, exigindo a recontagem em 1200 assembleias de voto. E nem a congratulação de Obama a Ianukovich demoveu a líder do governo ucraniano, que parece irredutível. A par dos EUA, vários outros países europeus têm reconhecido a vitória do antigo mecânico, uma vez que as eleições foram acompanhadas de perto por várias instituições do continente, que garantem a autenticidade dos resultados.
Apesar de tudo, Tymoshenko tem evitado chamar os seus eleitores para a rua, no sentido de evitar uma ainda maior instabilidade, o que é bastante razoável, atendendo à sua posição enquanto líder daquele país.
A dúvida continua: Ianukovich foi reconhecido como Presidente da Ucrânia pela Comissão Eleitoral do seu país, com uma vantagem de 3,48% relativamente à adversária e tudo parecia resolvido; no entanto, uma notícia do Público on-line dá conta que o Tribunal Superior Administrativo ucraniano suspendeu os resultados. O recurso da ainda Pirmeira-Ministra será analisado por um colectivo de juízes, que darão o seu parecer até 27 de Fevereiro, não impedindo, contudo, que Ianukovich seja empossado como Presidente dois dias antes.
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