sábado, 6 de fevereiro de 2010

China - que brilho (IV)

AMBIENTE: E porque nem tudo é mau na China, cabe também neste espaço que dediquei especialmente a este país uma pequena nota relativamente à ocupação do primeiro lugar em termos mundiais na produção de turbinas eólicas e de outros dispositivos de “energias verdes”, o que lhe dá uma clara vantagem em termos competitivos e de desenvolvimento, que podem contrariar, em parte, a minha visão sobre a economia deste país.

De facto, esta área é estratégica e está muito longe dos sapatinhos de plásticos que exportam ao desbarato; seria, esta sim, uma China competitiva (em termos justos) com o resto do mundo e na vanguarda da tecnologia e do desenvolvimento. Pessoalmente, considero esse o caminho que a China deveria seguir, pois, como penso que é comummente aceite, não é com sapatos de plástico e brinquedos sem qualidade que alguém poderá destronar os Estados Unidos. No entanto, Barack Obama anunciou já a sua intenção de promover a investigação e a indústria “verde” no sentido de ultrapassar os seus “arqui-inimigos”, o que, caso queira realmente, vai conseguir com relativa facilidade.

Há ainda uma outra questão que não podemos dissociar desta e que é a da investigação. O clima que se vive na China, de opressão e fechamento de todo o sistema, não é propício à inovação, à criatividade, fundamentais para a investigação e o desenvolvimento. Pelo contrário, os EUA batem-na aos pontos. No entanto, há um pequeno senão para os americanos: é que enquanto eles redobram esforços para não estarem dependentes nesta matéria dos chineses, várias são as multinacionais que se implantam em território sino para desenvolverem a sua actividade na área, nomeadamente empresas dinamarquesas que têm investido lá muito capital.

Ora, ainda que a China se preocupe menos com o ambiente do que muitas potências, como a Alemanha ou outras, o que é certo é que se preocupa muito com a sua economia e, essencialmente, o emprego. Se esta é, realmente, uma boa forma de atrair investimento estrangeiro e criar locais de trabalho, então a China não poupará esforços neste sentido. E os Estados Unidos vêem a sua tarefa dificultada.

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