São sinais democráticos contraditórios que vêm de um continente que eu já apelidei aqui no blogue de paradoxo.
Enquanto lia as notícias internacionais do dia, deparei-me com a boa notícia de que o Tribunal da Colômbia tinha recusado a possibilidade do actual Presidente, Álvaro Uribe, se recandidatar para um terceiro mandato. À semelhança do que se passa na maioria das democracias ocidentais, a Presidência de um país pode ser ocupada apenas por dois mandatos, tendo como objectivo evitar que alguém se "cole" ao poder, como vemos muitas vezes acontecer onde tal não existe - caso flagrante de alguns países africanos e também latino-americanos.
No entanto, alguns minutos mais tarde, enquanto lia as notícias, outra me chegou às mãos (neste caso, ao monitor do computador) e mostrava assim como este continente é, efectivamente, o continente do paradoxo. A Venezuela decidiu abandonar a Comissão Interamericana dos Direitos Humanos. É certo que temos noção das constantes violações dos direitos humanos naquele país, especialmente em questões de propriedade e de expressão. Contudo, Chávez não achou piada ao relatório de 300 páginas que dava conta disso mesmo e acusou a Comissão de estar a ser instrumentalizada politicamente pelos Estados Unidos, querendo denegrir e prejudicar a imagem da Venezuela.
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