sábado, 27 de fevereiro de 2010

Sinais contraditórios


São sinais democráticos contraditórios que vêm de um continente que eu já apelidei aqui no blogue de paradoxo.

Enquanto lia as notícias internacionais do dia, deparei-me com a boa notícia de que o Tribunal da Colômbia tinha recusado a possibilidade do actual Presidente, Álvaro Uribe, se recandidatar para um terceiro mandato. À semelhança do que se passa na maioria das democracias ocidentais, a Presidência de um país pode ser ocupada apenas por dois mandatos, tendo como objectivo evitar que alguém se "cole" ao poder, como vemos muitas vezes acontecer onde tal não existe - caso flagrante de alguns países africanos e também latino-americanos.

No entanto, alguns minutos mais tarde, enquanto lia as notícias, outra me chegou às mãos (neste caso, ao monitor do computador) e mostrava assim como este continente é, efectivamente, o continente do paradoxo. A Venezuela decidiu abandonar a Comissão Interamericana dos Direitos Humanos. É certo que temos noção das constantes violações dos direitos humanos naquele país, especialmente em questões de propriedade e de expressão. Contudo, Chávez não achou piada ao relatório de 300 páginas que dava conta disso mesmo e acusou a Comissão de estar a ser instrumentalizada politicamente pelos Estados Unidos, querendo denegrir e prejudicar a imagem da Venezuela.

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