A América Latina é, actualmente, a região do mundo onde existem das maiores disparidades sociais. Quase um quarto da população vive com menos de dois dólares por dia e a criminalidade tenta compensar essas clivagens sociais ou, talvez, libertar o desalento causado pela persistente miséria. Apesar da evolução sentida na década de 90, que consolidou a democracia pelo continente através de reformas estruturais que se reflectiriam em crescimento, estes países são ainda muito vulneráveis às flutuações internacionais.
“Continente do paradoxo” é expressão que encontro para atribuir à região. Há a esperança de colher frutos das democracias renovadas, mas há a frustração da pobreza crónica; há uma consolidação de algumas estruturas democráticas, com parlamentos que demitem presidentes corruptos, mas há um crescente absentismo eleitoral. Intensificaram-se os encontros diplomáticos e a cooperação (o MERCOSUL desde 1995, por exemplo) e a acalmaram-se conflitos fronteiriços (Perú-Equador; Chile-Argentina), mas há Presidentes em exercício forçados ao exílio.
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