quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Emprego

Precisa-se formador para leccionar módulos de Cidadania e Profissionalidade em Curso EFA de Técnico de CAD-CAM em Vila do Conde.

Requisitos obrigatórios:
- Disponibilidade horária das 9h às 17h, de 2ª a 6ª feira
- CAP

- Licenciatura de um dos grupos referidos no seguinte link:
http://www.dgrhe.min-edu.pt/web/14654/propria

Áreas preferenciais de licenciatura: Direito/ Ciência Política/ Relações Internacionais (grupo 430)

Envie o seu CV, CAP e Certificado de Habilitações para candidaturasformacao@gmail.com.

Importante referir no campo Assunto: Cidadania e Profissionalidade


Pode consultar o Referencial de Formação com as respectivas disciplinas a leccionar no seguinte link:

http://www.catalogo.anq.gov.pt/AreasEducacaoFormacao/Metalurgia/Referenciais%20de%20Formao/521221_Técnico%20de%20CAD_CAM.pdf

Era uma vez no Brasil... II

Finalmente, em quarto lugar, um Brasil como um legado de Lula da Silva: esta é a questão interna que menos bem conheço. Ainda assim, a percepção que se tem de fora é a de um líder do Brasil que chamou a si as massas e que obteve sucesso com as suas políticas, que lhe foram granjeando grandes apoios do eleitorado. Muito certamente, a eventual vitória de Dilma Roussef dever-se-á de forma muito intensa a este “legado”. Não há como contrariar os sucessos de Lula na promoção de uma maior igualdade dentro da sociedade, na diminuição da corrupção, na promoção do acesso à educação e de uma série de outras medidas que os brasileiros conhecerão bem melhor do que eu e que, à partida, os terá satisfeito.

Dito isto, é natural inferirmos que, agora que Lula da Silva se retirará como Presidente do país, a campanha eleitoral que leva à sua sucessão não possa centrar-se em duas soluções para o Brasil. Na verdade, a solução é praticamente a mesma: continuar o projecto de Lula, aperfeiçoá-lo e levar o país o mais longe possível, com uma população relativamente satisfeita com o seu Presidente. Em que se centrou, então, a campanha?

A inclinação do eleitorado brasileiro, segundo as sondagens, foi variando. No início, Serra parecia conseguir derrotar a sua principal adversária (vamos referir-nos sempre aos três principais candidatos: José Serra, Dilma Roussef e Marina Silva. No entanto, com o tempo, Dilma foi marcando pontos e empatou nas sondagens, até que começou a distanciar-se. Actualmente, é incerto o resultado, mas eu, neste momento, aponto para a vitória de Dilma Roussef – a minha dúvida existe apenas se o conseguirá com ou sem a segunda volta.


quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Era uma vez no Brasil I

“Era uma vez no Brasil” pretende constituir uma série de comentários pessoais sobre a campanha e o sufrágio no Brasil.

Para começar, há que reconhecer um conjunto de factos indispensáveis a qualquer análise, traçada de forma bastante rude por um observador externo e não muito profundamente conhecedor da realidade brasileira.

O primeiro é a natureza do país em questão: com 190 milhões de habitantes, o Brasil é o quinto país mais populoso do mundo, com uma extensíssima área e uma grande riqueza em termos de recursos naturais (possui entre 15 a 20% da biodiversidade mundial), com uma enorme costa virada para o Atlântico, etc. A sua economia é, também por isso, bastante potente, ainda que as desigualdades sociais continuem a marcar o panorama nacional, assim como alguma dificuldade de governação, principalmente em algumas cidades muito povoadas, verdadeiras mega-cidades, onde problemas de educação, integração e segurança são comuns. Relativamente à educação, é de destacar o relatório de 2008 do Banco Mundial, segundo o qual as lacunas na formação da população brasileira serão um fortíssimo constrangimento ao seu desenvolvimento como grande potência, o que a deixará atrás de outros países emergentes com melhores resultados a este nível.

“We should be ashamed of ourselves,” said Ilona Becskeházy, executive director of the Lemann Foundation, an organization based in São Paulo devoted to improving Brazilian education. “This means that 15-year-olds in Brazil are mastering more or less the same skills as 9-year-olds or 10-year-olds in countries such as Denmark or Finland.” (NYT, 4 de Setembro)

O segundo é o seu posicionamento face ao continente onde se encontra: o Brasil, que ocupa quase metade do território do continente sul-americano, tem fronteiras com praticamente todos os países da América do Sul (a excepção do Chile e do Equador). Está bastante envolvido no processo de integração de todo o continente, do qual se percepciona, pelas características acima, líder natural. Medeia conflitos, apoia e condena, propulsiona o Mercosul e influencia a vida de todos os países que o cercam.

Terceiro – a sua posição no mundo: pois, para além de ser uma potência regional clara, também é uma potência internacional. Em ascensão, eu diria, mas não deixa de o ser. Faz parte dos chamados BRIC, sendo, na realidade, membro fundador da ONU, membro do G20, do CPLP, da União das Nações Sul-Americanas, do Mercosul,… A sua política externa tem vindo a fazer-se sentir com maior intensidade nos últimos anos, uma vez que o país tem sabido fazer valer as duas realidades que apresentámos atrás para seu benefício em termos internacionais. Por exemplo, Lula continua muito empenhado em obter da ONU um assento permanente no Conselho de Segurança. Para além disso, o reforço das suas relações com países como a China, a Rússia e a Índia ou com o continente africano, reforçam essa sua posição. Arriscaria a dizer-me que funciona como interlocutor entre as grandes potências (das quais eventualmente ainda não fará ortodoxamente parte) e os médios e pequenos países, com os quais se sente identificado (passado colonial, solidariedade, proximidade cultural, etc.). Esse foi o caso da mediação, juntamente com a Turquia, do caso nuclear iraniano; e não se coibiu de fazer alianças com países que parecessem menos populares no concerto internacional – exemplo do negócio de armamento com os russos.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Os resultados da Venezuela


O povo venezuelano votou e decidiu. Os partidos ligados a Chávez conseguiram, pelo menos, 95 lugares no Parlamento; mas a oposição impediu-os de alcançarem os dois terços que tanto desejavam. Com uma participação aproximada de 67% dos eleitores inscritos, estas eleições foram marcadas pelo crescimento (previsto) da oposição, que conta com 64 assentos. No distrito de Caracas, a MUD (Mesa de Unidade Democrática) venceu mesmo o partido socialista 

Este acto terá um relativo impacto na política venezuelana - desde há 5 anos com uma esmagadora maioria no Parlamento, o PSUV conseguia facilmente monopolizar o processo legislativo e fazer as vontades a Chávez, inclusivamente aumentando-lhe o seu raio de acção e os seus poderes. Negociação é agora esperada, assim como um maior pluralismo no panorama político interno da Venezuela. A ver vamos se assim o será efectivamente.

Emprego

Amnistia Internacional – Portugal procura um(a) Coordenador(a) de Campanhas
 
Funções
  • Coordenar, sob designação e orientação do(a) Director(a) do respectivo Departamento, as várias acções inerentes às Campanhas da AI – Portugal;
  • Coordenar a organização das iniciativas da AI – Portugal a ter lugar no âmbito das Campanhas; 
  • Orçamentar as acções e projectos a terem lugar no âmbito das Campanhas;
  • Coordenar a logística das acções e projectos a terem lugar no âmbito das Campanhas;
  • Contactar as entidades externas necessárias à concretização das acções e projectos a terem lugar no âmbito das Campanhas e dar a devida sequência a essas relações;
  • Produzir plano de Projecto ou Acção em coordenação com a(o) Director(a) do respectivo Departamento, com enfoque nos objectivos e impacto;
  • Produzir relatórios de avaliação qualitativa e quantitativa do Projecto ou Acção em coordenação com a(o) Director(a) do respectivo Departamento;
  • Coordenar projectos específicos alocados pelo(a) Director(a) da Secção e/ou pelo(o) Director de Departamento.

Perfil
  • Identificação teórica e prática com a Visão e Missão da Amnistia Internacional;
  • Sólido conhecimento da AI – Portugal, das suas acções e campanhas;
  • Conhecimento de activismo e técnicas de mobilização;
  • Forte sentido de responsabilidade, autonomia, rigor e organização;
  • Capacidade de animação, de motivação e de trabalho em grupo, dentro da AI – Portugal e com entidades externas;
  • Experiência em Campanhas e Organização de Eventos;
  • Capacidade de orçamentação e gestão de orçamentos;
  • Conhecimentos e experiência (preferencial) em marketing social;
  • Bons conhecimentos / fluência de inglês falado e escrito;
  • Bons conhecimentos de informática (Word, Excel e gestão de redes sociais);
  • Disponibilidade imediata para trabalhar em full-time;
  • Facilidade de relacionamento interpessoal;
  • Boa capacidade de comunicação e expressão oral e escrita.


Salário – 900,00 € (novecentos euros) ilíquidos por mês sujeito aos respectivos descontos legais + subsídio de alimentação + subsídio de transporte.

HorárioO período normal de trabalho será, em termos médios, de 40 horas semanais, a que correspondem 8 horas de trabalho por dia, de 2.ª a 6.ª feira, das 9h30 às 18h30 com uma hora de refeição.

Regime – Contrato de trabalho a termo certo de um ano, com um mês de período experimental, renovável por igual período com possibilidade de integração nos quadros. Férias, feriados, faltas, seguro de trabalho de acordo com o regime geral.

Local – Com base na sede da AI – Portugal (Av. Infante Santo, n.º 42, 2.º, em Lisboa), pressupondo várias deslocações ao longo do país e algumas ao estrangeiro.

Início – 2 de Novembro de 2010.

Processo de recrutamento:
Envio o seu CV e carta de motivação para o aiportugal@amnistia-internacional.pt até ao dia 15 de Outubro

Entrevistas dos(as) candidatos(as) seleccionados(as) para o efeito decorrerão entre os dias 25 e 27 de Outubro.

O Júri é composto por:
Membro Da Direcção
Membro do Conselho de Responsabilização e Controlo 
Director Executivo

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Evento

Uma Venezuela em mudança?

Estaremos, eventualmente, perante uma mudança importante na Venezuela – ou talvez não. Mas o que é facto é que algum impacto terá a mudança no número de deputados do partido de Chávez nos 165 lugares do Parlamento venezuelano.

A oposição conseguirá aumentar a sua presença neste órgão, segundo os especialistas. A questão é saber de quanto será essa subida – dificilmente a maioria de dois terços tanto desejada para conseguir introduzir alterações fundamentais na Constituição e outras será conseguida por Chávez. Ainda assim, atendendo a uma lei adoptada o ano passado, segundo a qual os votos nas áreas rurais valem mais do que os das zonas urbanas (?!), a situação é dificilmente previsível. “Coincidentemente”, os chavistas têm uma maior base de apoio nas primeiras, como seria de esperar. Augura-se, ainda assim, que a oposição arrecade até uns 60 lugares.

Serão suficientes para a mudança da qualidade da democracia na Venezuela?

domingo, 26 de setembro de 2010

O fim da luta entre dois irmãos

A vitória dos conservadores nas últimas eleições no Reino Unido foi por um triz – pela primeira vez desde 1997 e só com o apoio dos lib-dem, conseguiram formar governo. Naturalmente, vários motivos estiveram na origem dessa mudança no executivo inglês, tais como a crise, o envolvimento na Guerra do Iraque e a impopularidade de Gordon Brown, não tão mediático e querido pelos ingleses como Blair, o senhor da “Terceira Via”.

Blair nunca quis Brown como seu sucessor – esta polémica recente em terras de Sua Majestade fez já correr rios de tinta; os trabalhistas estavam divididos e foi também por isso que o partido fraquejou no último sufrágio. No entanto, surge agora renovado com uma surpresa. Ed Miliband, antigo Ministro do Ambiente, e irmão do ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros, o que se pensava ser o preferido para o lugar, foi eleito líder deste partido britânico por uma margem mínima (cerca de 1%).

Saindo da sombra de David, Ed Miliband, de 40 anos, liderará assim a oposição a Cameron. Conhecido pelas suas capacidades de mediador, contou com um apoio massivo dos sindicatos e prometeu recuperar o apoio das bases. Seguiremos a forma como criará essa oposição e se poderá contar com o apoio do irmão derrotado nesta quarta volta.

sábado, 25 de setembro de 2010

Recordando a Austrália II

Tudo estava em aberto. E assim continuou, mesmo depois de 21 de Agosto, dia das eleições. O empate técnico entre os dois partidos (raríssimo na história da Austrália) levou a negociações com os independentes para formação de governo. O fim do sistema bipartidário foi anunciado, num momento em que os Verdes conseguiram entrar no Parlamento e em que proliferaram vários candidatos independentes.

Os Trabalhistas obtiveram 72 lugares na Assembleia e os Liberais 70 – a diferença mínima que levou a conversações entre os dois partidos e os independentes. Só no início de Setembro se soube do apoio dos Verdes e de alguns independentes ao partido de Gillard – o que desenvencilhou este emaranhado e permitiu a formação de governo. No entanto, naturalmente que algumas exigências foram feitas em troca: a) uma atenção especial à mudança climática; b) um referendo sobre o reconhecimento da população aborígene na Constituição; c) debate sobre o envolvimento militar no Afeganistão. Com 76 deputados num Parlamento com 150 lugares, Julia Gillard conseguiu manter-se no poder e prometer um governo estável para os próximos três anos.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Recordando a Austrália I

O Pacífico, como já se terá compreendido, não é a minha especialidade – mais especificamente, o hemisfério sul desse oceano. A Austrália raramente surge neste blogue. Hoje, a minha intenção é colmatar essa lacuna.

Em Agosto, antes das eleições no país, a Primeira-Ministra trabalhista, Julia Gillard, defendeu que a Austrália, após a morte da Rainha Isabel II, deveria proclamar-se como uma República, abandonando o sistema monárquico. Tony Abbot,  líder do partido liberal, é um apoiante da monarquia e, por isso, opõe-se a essa resolução. Segundo um correspondente da BBC, a Austrália é um país bastante patriótico mas muito pouco importado com a forma de governação, o que relega esta questão para uma agenda secundária.

O período de campanha no país decorreu com algumas surpresas. Não havia certezas quanto aos vencedores da corrida: a trabalhista no poder (que substituiu o colega do Labour que teve que abandonar pela falta de popularidade) era vista como uma certa continuidade desejada, mas criticada por alguma incoerência e uma vida pessoal que não se enquadra nos padrões conservadores (em união de facto, sem filhos,…); o opositor, conservador, tinha o trunfo de ser um ex-seminarista casado e com filhos, que prometia lutar contra a imigração ilegal e abrir uns campos de detenção no Pacífico Sul, abandonar a política ambiental de redução de CO2, concentrando-se na criação de uma situação de superavit da balança comercial australiana. (continua)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Referendo na Turquia

As relações da Turquia com o clero e os militares têm uma longa tradição de aproximações e afastamentos. Nos últimos anos, e também no âmbito da sua integração no espaço europeu, o estado turco tem tentado estabilizar essas relações, afastando-se tanto de uns como de outros, no sentido em que pretende diminuir a influência destes dois grupos sociais na vida civil.

Normalmente orgulhosa pelo seu laicismo, a confusão que muitas vezes se estabelece entre o Islão como religião maioritária ou como religião oficial do estado não faz jus à situação da Turquia, que, apesar de ser esmagadoramente muçulmana, não tem qualquer religião oficial. Por outro lado, os militares têm uma longa história de intervenção política – foram eles que retiraram o poder a governos democraticamente eleitos, o detiveram por algum tempo e o devolveram novamente aos civis quando assim o entenderam. Isto aconteceu por várias vezes desde a fundação da República em 1923.


No dia 12 de Setembro, um referendo na Turquia veio provar que a maioria da população continua a pretender que o seu país seja laico e se autonomize completamente da influência militar. Para o Primeiro-Ministro, estas mudanças consolidam a democracia turca, democratizando a Constituição que resultou do golpe de Estado da década de 80 e aproximam o país da União Europeia. Politicamente, significa uma vitória para o partido de Erdogan, o AKP, que muito provavelmente será reeleito no próximo ano, aquando das eleições legislativas. 58% dos turcos votaram a favor.

Evento

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Emprego


Jornalista política internacional – assuntos europeus




A VitriMedia é uma empresa de produção e edição criativa de conteúdos em alta definição para tv e web. Estamos em fase de lançamento de novos projectos e temos oportunidades para oferecer na área da comunicação social.
Esta é uma delas.


FUNÇÃO: Jornalista

ÁREA ESPECIALIZAÇÃO: Política Internacional – Assuntos Europeus

DISPONIBILIDADE: Imediata

EXIGE-SE:
- Mínimo de seis meses de experiência em jornalismo ou Relações Internacionais (experiência profissional efectiva ou estágio concluído);
- experiência e/ou formação em Relações Internacionais;
- capacidade para produzir textos jornalísticos.


VALORIZA-SE: Experiência em conteúdos vídeo

OFERECE-SE:
Salário compatível com a experiência,
Formação em Edição Vídeo,
Formação em conteúdos digitais,
Acompanhamento Editorial do trabalho jornalístico,
progressão na carreira.


VALIDADE DO ANÚNCIO: 30 SETEMBRO 2010 (candidaturas posteriores não serão consideradas)

ENTREVISTAS: A ser realizadas na segunda semana de Outubro

ENTRADA: 24 OUTUBRO

Empresa: VitriMedia
Local: Lisboa

Diplomacia portuguesa

O Jornal Público disponibilizou online uma entrevista a João Gomes Cravinho e uma outra peça sobre o Conselho de Segurança da ONU. Qual o interesse? A candidatura de Portugal ao assento não permanente neste órgão durante o período de 2011-2012.

Aconselho vivamente a leitura dos dois artigos aqui e aqui. Neles, podemos apreciar alguns meandros da diplomacia e o esforço dos representantes do Palácio das Necessidades por esse mundo fora – neste âmbito, mas também em outros. Tentam promover a imagem de Portugal no estrangeiro, cultural e economicamente, sendo que este momento foi particularmente oportuno para tal. No entanto, conta com a oposição de dois outros candidatos de peso: a Alemanha e o Canadá. 

Três países para duas cadeiras. Em Outubro saberemos quem as vai ocupar e quem são, afinal, os nossos amigos.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Evento

"A Changing Germany in a New Europe and a Renewed Transatlantic Partnership" com Dr. Karsten Voigt (Coordenador da Cooperação entre a Alemanha e os EUA, Berlim) 

29 de Setembro 2010 | 13h30 | Sala de Reuniões (Piso 2)  da FLUP

O Curso de Licenciatura em Línguas e Relações Internacionais e o Departamento de Estudos Germanísticos têm o prazer de convidar todos os interessados para a Conferência intitulada "A Changing Germany in a New Europe and a Renewed Transatlantic Partnership", que será proferida pelo Especialista em Relações Transatlânticas Dr. Karsten Voigt (Coordenador da Cooperação entre a Alemanha e os EUA, Berlim). 

A sessão irá decorrer na quarta-feira dia 29 de Setembro, pelas 13h30, na Sala de Reuniões (Piso 2), da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

No rescaldo

No rescaldo das eleições, a imprensa fala na mudança da imagem dos suecos. A questão que se coloca é se efectivamente foi isso que aconteceu: terá a escolha de um partido de extrema-direita significado uma mudança na essência dos suecos? Ou será apenas um desabafo momentâneo, num mundo economicamente frágil e ainda em perigo?

A resposta a esta pergunta só será alcançada daqui a vários anos – os suficientes para perceber se os Democratas da Suécia se estrearam nas cadeiras do Parlamento por uma legislatura ou se, pelo contrário, vieram para ficar. Aconteceu em vários países da Europa esta popularidade crescente de partidos radicais e a Suécia, apesar da sua saúde económica, não fugiu a esta regra: há que encontrar um bode expiatório para os males do país e há quem se aproveite da ingenuidade do eleitorado que reage a um discurso populista que promete resolver os males pela raiz. O partido encontrou o seu maior apoio nas zonas cuja média de imigrantes é mais elevada e em indivíduos desempregados.

Foi exactamente o que aconteceu na Alemanha com a eleição de Hitler em 1933 – fustigados pelo desemprego, pela fome, pela hiper-inflação e por todas as amarguras de uma guerra recente que os humilhou no seu resultado e os estropiou da sua imagem de império, os alemães não resistiram à retórica demagógica de Hitler, cujos resultados eleitorais foram, de forma geral, sucessivamente aumentando até permitir a sua eleição.

Será que a Europa já se esqueceu disto? Será que não consegue traçar um paralelismo? Depois de anos sem praticamente existirem, os partidos de extrema-direita emergem precisamente agora, quando todos falam em crise e medidas de austeridade? Num momento em que é preciso culpar alguém pelos fracassos do sistema financeiro e económico? Quer sejam eles romenos e búlgaros, imigrantes (i)legais, muçulmanos ou árabes, podem rapidamente passar a ser os culpados das desgraças do mundo. E há quem ganhe pontos construindo esta imagem que a população absorve acrítica, a-histórica e ingenuamente.

Pelo menos na Suécia os dois grandes partidos recusaram-se a formar qualquer coligação com esse partido, mostrando alguma dignidade democrática, porque não se trata só da forma, mas do conteúdo da democracia.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Un petit fait divers

É um pequeno fait divers do mundo internacional: Cambridge tornou-se a melhor universidade do mundo, expulsando a já tradicional Harvard do seu pódio. A notícia do Público pode ser lida aqui.

Resultados na Suécia

Uma breve nota, apenas para comentar o facto de os conservadores terem perdido a maioria absoluta no Parlamento e, tal como se esperava, a extrema-direita conseguiu votos suficientes para garantir 20 deputados. Pelo menos, os dois maiores partidos tiveram o bom senso de recusar a formação de uma coligação com os Democratas da Suécia. A continuidade marcou a escolha dos eleitores, ainda que com uma ligeira penalização tanto para o partido do governo, como para o da oposição que foi incapaz de chegar ao poder.

domingo, 19 de setembro de 2010

Na Suécia

Hoje é dia de eleições na Suécia. Um dos países da União Europeia com melhor situação económica, o seu modelo tem sido aclamado como um dos melhores modelos económico e de desenvolvimento do mundo. Aliando impostos elevados que financiam um forte Estado social com uma economia liberal, este modelo foi introduzido pelos sociais-democratas que neste momento estão a lutar arduamente para regressar ao governo, depois da interrupção de um mandato nas mãos dos conservadores.

Para alguns analistas, a não formação de governo por parte de Mona Sahlin poderá eventualmente significar algum afastamento da população a este modelo típico da Suécia, uma vez que os seus opositores estão a apostar mais na economia, defendendo a promoção do seu crescimento para poderem reduzir o défice (já o menor da UE) e diminuir os impostos. Além destas medidas que poderão atrair um eleitorado receoso da crise que varre todo o continente, os resultados da última legislatura podem também funcionar como factor promotor da continuidade: um crescimento económico de 4,5%, 1% de défice, desemprego em queda, etc.

Na realidade, as perspectivas são bastante positivas para Reinfeldt. O que é, no entanto, de lamentar é a subida acentuada do partido de extrema-direita, que se prevê que duplique o número de votos, garantindo a entrada no Parlamento sueco. Por várias vezes relatei aqui este acontecimento por toda a Europa. Também o partido SD é xenófobo e populista, o que revela um sentimento transversal ao continente europeu numa altura de crise – tal como aconteceu, por exemplo, no período entre-guerras, onde os extremismos, com o seu discurso populista, pareciam satisfazer as necessidades dos amedrontados pelo estado da economia e da sociedade.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O gérmen da democracia

O Egipto é, formalmente, uma democracia. Na realidade, contudo, apresenta várias lacunas para que se possa falar de uma democracia verdadeiramente consolidada - a começar pelo tratamento da oposição. Por isso mesmo, foi com grande satisfação que li a notícia do NYT de hoje que dava conta da formação de um movimento de oposição do governo constituído por jovens. É um bom sinal; mostra que a democracia ainda em maturação, apesar de tudo, já criou esse ambiente.

O grupo de voluntários ascende aos 15 000, treinados com base nos princípios de Mahatma Gandhi e Martin Luther King, e movidos pelos exemplos de desobediência civil. Apoiam a candidatura de ElBaradei, Nobel da Paz, contra um período de regência do actual presidente que chega quase aos 30 anos.

''We need an overarching dream to make us feel part of something,'' said 18-year-old Abdul-Rahman Salah, who was among volunteers receiving training in political organization. ''People are starting to change.''

A notícia pode ser lida na íntegra aqui.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Bundeswehr

As Forças Armadas alemãs vão ser transformadas. A proposta é do Ministro da Defesa, Karl Theodor zu Guttenberg, que, contrariando o seu partido, procura diminuir o número de efectivos e eliminar a conscrição obrigatória, ao mesmo tempo que moderniza as Forças Armadas e as tenta tornar mais eficazes, profissionalizando-as.

Para muitos, para a Alemanha passar de potência económica a uma que pudesse desafiar outros grandes países, teria que reforçar o seu poderio militar – a força do poder material conjugada. Com uma reforma desta natureza, caso avance, afasta-se desse nível. Para mim, consolida-se como país europeu, que aposta na ajuda humanitária e na intervenção meramente necessária, no âmbito do “soft power” da União Europeia.

Ainda assim, este assunto continua muito polémico na sociedade alemã e promete originar várias discussões sobre este tema.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Cheias no Paquistão

As cheias no Paquistão causaram a morte a centenas de pessoas e afectaram mais de 17 milhões. Além de lamentar todas estas fatalidades, é de destacar o papel das organizações humanitárias, nomeadamente da ONE, que ajudaram na deslocação destes paquistaneses, mesmo sabendo que corriam o perigo de ser atacados pelos taliban, que os ameaçaram nesse sentido. Em 48 horas foram deslocados mais de um milhão de cidadãos, apesar da dificuldade dos acessos. 

domingo, 5 de setembro de 2010

I will survive

Achei esta notícia do Público do dia 13 de Agosto, absolutamente deliciosa:

“Sobrevivente do Holocausto dança “I will survive” em Auschwitz”

O senhor, de 89 anos, dançou com os netos este hino e causou muito descontentamento. Para mim, não foi nenhum desrespeito para com a memória de todos os que sofreram naquele campo. Foi, isso sim, uma forma de honrar aqueles lá terminaram a sua vida (como a sua mulher) e os que sobreviveram à tirania do Nazismo. Relembrar o seu sofrimento e o valor da vida e da dignidade humanas. Kohn Jane Korman diz que, a partir do filme que fizeram, deixou de ser uma vítima e passou a ser um sobrevivente. Ganhou.

sábado, 4 de setembro de 2010

O percurso até à paz? (III)

Ainda assim, nenhuma das partes se furtou ao encontro. Sem condições prévias, os dois líderes chegaram a Washington e cumpriram a sua parte, lamentando os ataques mútuos, mas dizendo que não seriam suficientes para boicotar o acontecimento.

Netanyahu fez ainda uma surpresa. Dizendo que as negociações deveriam ser discretas e que poderiam ser concretizadas duas vezes por mês, este Primeiro-Ministro já no seu segundo mandato, prometeu surpreender os cépticos do processo de paz, sem contudo deixar de assegurar que tinham que zelar pelos interesses de Israel. Naturalmente, todos esperam que ambas as partes o façam. A grande questão que se coloca é até que ponto ambos estão dispostos a ceder para concretizar esta paz. O seu Ministro da Defesa dizia que estavam disponíveis para entregar partes de Jerusalém, mas tal não foi confirmado pelo chefe do governo.

A 1 de Setembro, em Washington, Obama recebeu isoladamente Netanyahu, Abbas e os líderes do Egipto e da Jordânia, todos muito empenhados na resolução deste caso. Tiveram ainda um jantar em conjunto de onde resultou a reiteração dessa mesma intenção. No segundo dia, o foco deslocou-se para a Secretaria de Estado, encabeçada por Hillary Clinton. À partida, no final do mês ocorrerá a segunda volta destas conversações directas, mas já no Médio Oriente.

Alguns analistas consideram que o P-M israelita está no auge do seu poder político como já ninguém estava há uma geração, tendo uma grande margem de manobra e nenhum opositor à altura. Aluf Benn chama-o de “Gorbatchev israelita” e esperemos que assim seja. Aquele que sempre se opôs à solução dos dois Estados poderá ser aquele que venha a acabar por consegui-la.

Seria um acontecimento histórico; digno de celebração, um segundo Muro de Berlim a cair. E a resolução pacífica deste conflito e o entendimento das duas partes provaria ao mundo que os realistas nem sempre têm razão com os seus cálculos e a sua percepção da condição humana. Há interesses a defender nas duas partes, mas há também vontade de paz e estabilidade; há um processo histórico que desgasta as duas entidades, as duas populações; um processo que custa vidas e sofrimento. E a sua resolução seria motivo de orgulho para a comunidade internacional e para todos os que se preocupam com a dignidade humana. Não me iludindo com a celeridade do processo nem com a aceitação pacífica por parte de algumas facções das populações em causa, sinto que uma solução será possível.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O percurso até à paz? (II)

Não quer isto, contudo, dizer que Israel esteja isento de culpas. Como muitas vezes manifestei no blogue, este país tem sido um grande entrave. Compreendem-se naturalmente as suas reticências: integridade territorial, opinião pública, oposição religiosa, ódios históricos, segurança do país, etc. Para piorar a situação, o apoio inabalável dos Estados Unidos sempre deu a Israel motivos para não temer qualquer inimigo. Washington protegia sempre os golpes – especialmente com Bush. Na era Obama e Clinton, a situação deixou de ser tão linear assim. Na realidade, várias vezes foi condenado o comportamento dos israelitas. Não podemos esquecer-nos daquele episódio diplomático em que Netanyahu mandou continuar a construção de colonatos ainda Mitchell não estava longe, numa clara falta de delicadeza e de tacto diplomáticos. Os americanos ficaram irados e Netanyahu pediu desculpa.

Neste longo processo, como dizia, vários acontecimentos tiveram lugar e poderiam ter deitado tudo a perder. A 15 de Agosto, o Ministro do Interior israelita, uma ultra-conservador, pretendia deportar 400 crianças filhas de trabalhadores imigrantes. Nem com o pedido da mulher do Primeiro-Ministro, ele condescendeu. Um outro Ministro do gabinete considerou a decisão deplorável e afirmou mesmo não ser aquele o Estado judaico que ele conhecia. De facto, acaba por ser uma ironia que um povo que tenha sido artificialmente colocado num território já ocupado, que tenha enfrentado o desagrado dos vizinhos e que se tenha deslocado em massa para lá, acabe por expulsar do país alguns imigrantes com medo de arruinar o “projecto sionista”. Rapidamente esqueceram a sua história.

A 29 de Agosto, o líder espiritual do partido religioso Shas, o rabi Ovadia Yosef, opôs-se frontalmente a todo o processo de negociação entre as duas partes, pedindo publicamente o assassínio do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas. Este detestável homem apelava ao uso de bombas contra os palestinianos e à sua eliminação.

Do lado contrário, vinham também ataques: a 31 de Agosto, quatro israelitas morreram num ataque levado a cabo por palestinianos e colonos perto de Hebron, na Cisjordânia, reivindicado pelo Hamas, contra as negociações. 


(Continua)

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O percurso até à paz? (I)

Retomo esta nova temporada do Internacionalizzando com um tema que gosto particularmente: o conflito isarelo-palestiniano.

Desde Julho que se preparam conversações directas entre as duas partes.Netanyahu dizia-se pronto para encetar esse passo no processo de paz, a Liga Árabe apoiava-as igualmente e Abbas também condescendeu. Portanto, desde o fim do mês de Julho que este encontro diplomático, que tem estado a ter lugar ontem e hoje em Washinton, começou a ser preparado.

George Mitchell, o enviado dos Estados Unidos, desenvolveu um muito complexo processo de negociações indirectas entre ambas as partes; o Quarteto Internacional (EUA, UE, ONU e Rússia) também tem promovido o diálogo e uma solução justa para este problema que não avança há 17 anos. Conversações directas já não se realizavam há 20 meses.

No entanto, como era de esperar, deram-se entretanto alguns incidentes que pretendiam mostrar o descontentamento de algumas facções da sociedade face a este entendimento. Na realidade, falamos especialmente do Hamas em Gaza, organização terrorista que tenta inviabilizar qualquer solução.
A 31 de Julho, um ataque aéreo israelita matou um oficial do Hamas em retaliação a um rocket enviado de Gaza para território de Israel. A 2 de Agosto um outro rocket, desta vez do Hamas, atingiu um resort na Jordânia, apesar de a sua intenção ser afectar o sul de Israel. 

(continua)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Emprego

Empresa: Grupo Português com operações no mercado doméstico e exterior.

Descrição das Funções:
Oferece-se estágio profissional de nível 5 de qualificação IEFP de 1 ano na área de Relações Internacionais com possibilidade de integração nos quadros da empresa.

Requisitos pretendidos:
- Preencher os requisitos do Programa de Estágio Profissional de Nível 5 de Qualificação do IEFP.
- Licenciatura em Gestão, MKT ou Relações internacionais. 
- Experiência profissional em gestão e coordenação de negócios. 
- Experiência em contacto com outros Mercados, nomeadamente com o Mercado Africano será valorizada. 
- Idade compreendida entre os 25 e 35 anos. 
- Domínio das línguas Francesa e Inglesa. 
- Proactivo, com características de líder, pragmático e com raciocínio analítico. 
- Orientação para o Cliente e Resultados. 
- Híbrido no sentido de possuir competências de gestão, pedagogia, estratégicas e comerciais .
- Disponibilidade para deslocações. 
- Residência no Aveiro.
Resposta: CV e Carta de Apresentação para o email luiscruz@grupel.pt, com o Assunto: Resposta a anúncio de Relações Internacionais (m/f) – Distrito de Aveiro.