Não quer isto, contudo, dizer que Israel esteja isento de culpas. Como muitas vezes manifestei no blogue, este país tem sido um grande entrave. Compreendem-se naturalmente as suas reticências: integridade territorial, opinião pública, oposição religiosa, ódios históricos, segurança do país, etc. Para piorar a situação, o apoio inabalável dos Estados Unidos sempre deu a Israel motivos para não temer qualquer inimigo. Washington protegia sempre os golpes – especialmente com Bush. Na era Obama e Clinton, a situação deixou de ser tão linear assim. Na realidade, várias vezes foi condenado o comportamento dos israelitas. Não podemos esquecer-nos daquele episódio diplomático em que Netanyahu mandou continuar a construção de colonatos ainda Mitchell não estava longe, numa clara falta de delicadeza e de tacto diplomáticos. Os americanos ficaram irados e Netanyahu pediu desculpa.

A 29 de Agosto, o líder espiritual do partido religioso Shas, o rabi Ovadia Yosef, opôs-se frontalmente a todo o processo de negociação entre as duas partes, pedindo publicamente o assassínio do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas. Este detestável homem apelava ao uso de bombas contra os palestinianos e à sua eliminação.
Do lado contrário, vinham também ataques: a 31 de Agosto, quatro israelitas morreram num ataque levado a cabo por palestinianos e colonos perto de Hebron, na Cisjordânia, reivindicado pelo Hamas, contra as negociações.
(Continua)
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