quarta-feira, 30 de junho de 2010

Evento

Institute for Cultural Diplomacy
Cultural Diplomacy in Europe - A Forum for Young Leaders
29thJuly - 5th August 2010, Berlin


“The Future of Europe: National Brands and Regional Integration”

The weeklong CDE Seminar will provide an opportunity to network with experts, high profile figures and selected individuals and will address the following issues:

• The expansion of the European Union: new members, future members, and EU neighborhood policy.
• The history and development of the concept of nation branding, with a focus on case studies from the EU.
• The influence of national brands in the process of EU integration.
• Europe's global position as a global economic and political actor.

Participants in the CDE program will also have the possibility to interact with a diverse group of young leaders by participating in the international conference held by the ICD focusing on:

“National brands in an interdependent world”
(Berlin 29th July-1st August 2010)

For further information, please visit our website

www.culturaldiplomacy.org or contact us at europe@culturaldiplomacy.org

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Democracia

Dois acontecimentos internacionais que vale a pena não deixar passar em branco: a nova Constituição do Quirguistão, aprovada por uma larga maioria e que torna o país na primeira democracia parlamentar da Ásia central; e as primeiras eleições livres na Guiné Conacri para a eleição do seu presidente. Dois momentos importantes para a história da democracia e, claro, para cada um destes países. 

domingo, 27 de junho de 2010

A sucessão de Kim Jong-Il

Há um ano atrás, escrevia eu no "Mundo em Revista" sobre a sucessão de Kim Jong-Il, uma vez que se levantaram rumores na altura que o seu filho mais novo seria aquele que o actual líder da Coreia do Norte queria ver a comandar os destinos do país.

Ontem, foi notícia no Público a reunião do Partido Comunista norte-coreano que se ocupará da discussão sobre a escolha dos novos dirigentes. Este encontro, tão raro que o útlimo foi na década de 60, tendo havido apenas três desde 1948, deverá confirmar a vontade de Kim Jong-Il em ser substituído (em princípio não agora) por Kim Jong-Un, que tem acompanhado o país nos últimos meses com especial frequência e influenciado algumas decisões.

Conseguirá o regime de Pyongyang suportar a perda do seu "querido líder"? Conseguirá Jong-Un manter o regime comunista mais fechado do mundo sem alguma abertura?

sábado, 26 de junho de 2010

A luz do dia

Quase vê a luz do dia o serviço diplomático europeu!

Depois de meses de negociações, conversações e debates, está prestes a nascer. Será no Outono que entrará em funcionamento.

Aqui fica o artigo do Público que esclarecesse alguns pormenores do SEAE:

"O acordo foi concluído em Madrid entre a Comissão Europeia, o Conselho de Ministros dos Vinte e Sete e o Parlamento Europeu que se debatiam há meses sobre a estrutura e o orçamento da entidade, mais conhecida por Serviço Europeu de Acção Externa (SEAE). “Este acordo vai permitir-nos avançar, espero, com a instalação deste serviço [...], adaptado às exigências do século XXI, disse a britânica Catherine Ashton, alta representante para a política externa da UE.

Se tudo correr como previsto e cada uma das três instituições aprovar rapidamente o acordo, o novo serviço, criado pelo Tratado de Lisboa, vai contar com cinco mil e sete mil agentes, entre funcionários europeus e diplomatas nacionais dos Vinte e Sete, incluindo nas 130 embaixadas da UE.

Sob a chefia directa de Ashton, o SEAE vai ser conduzido no quotidiano por um secretário-geral executivo, que será em princípio um dos mais reputados diplomatas franceses, Pierre Vimont, assistido pelo secretário de Estado polaco dos Assuntos Europeus, Mikolaj Dowgielewicz, e uma diplomata alemã, Helga Schmid. O serviço será, assim, pilotado por diplomatas de quatro dos seis maiores Estados-membros da UE.

A dificuldade das negociações entre as três instituições teve precisamente a ver com a oposição dos eurodeputados a um SEAE excessivamente “intergovernamental” sob o controlo dos maiores países, em detrimento da esfera “comunitária”, defensora do interesse geral, protagonizada pela Comissão e pelo Parlamento Europeu.

O acordo final permite aos eurodeputados manter alguma influência sobre o SEAE através do controlo do seu orçamento, enquanto que a Comissão e o Parlamento Europeu continuarão a participar na definição da política de desenvolvimento. Impedem, assim, que uma das áreas mais comunitárias da política externa recue para a esfera intergovernamental."

sexta-feira, 25 de junho de 2010

"Intitulável"

(Fonte: NYT)
(Fonte: Público)

Emprego


descrição
número2158
tipoemprego
data de início03-2010
duração (meses)12
vagas2
descriçãoO perfil pretendido dos candidatos será o seguinte: • Domínio total (falado e escrito) de dois dos seguintes 4 idiomas: inglês, espanhol, francês e alemão; • Experiência comercial e de atendimento ao público prévia (factor muito valorizado mas não obrigatório); • Familiaridade com instrumentos básicos de informática (Excel, Word, Outlook); • Capacidade de trabalho em equipa; • Capacidade de gestão de stress, autonomia e tomada de decisão; • Disponibilidade para integrar a empresa no prazo máximo de 1 mês. As funções que se pretende que os futuro colaboradores assumam são: • Integração numa estrutura de call center; • Recepção e gestão de um leque alargado de pedidos de clientes internacionais; • Análise contínua dos stocks disponíveis e dos novos produtos em catálogo;



 facilidades concedidas
Alojamento
Alimentação
Transporte
Remuneração




 perfil do candidato
curso(s)Línguas e Relações Empresariais (Lic. Bolonha)
Línguas, Literaturas e Culturas (Lic. Bolonha)
Línguas e Estudos Editoriais (Lic. Bolonha)
habilitaçõesFinalista / Bacharel / Licenciado




Esta oferta pode ser consultada aqui.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Tudo está bem...

... quando acaba bem. Que é como quem diz: tudo está bem, quando a Rússia paga à Bielorrússia o que lhe devia e as relações comerciais/energéticas entre os dois países são restabelecidas. Mas podemos continuar a reflectir sobre esta problemática, porque nem sempre tudo acaba assim...

Energia

As questões energéticas são estratégicas e muito estudadas nas Relações Internacionais por esse mesmo motivo. Podem estabelecer alianças ou podem quebrá-las. Podem ajudar um país ou podem pôr a sua segurança em risco.

O que se discute actualmente é o diferendo entre a Rússia, grande exportador de gás natural para a Europa, e a Bielorrússia, país pelo qual passa o gás para alcançar o continente. Como já expliquei no outro dia, ambos os países se acusam mutuamente de uma dívida que ronda os 200 milhões de dólares e que teimosamente não cedem no pagamento. Isso levou ao corte de 40% das exportações da Rússia para a vizinha Bielorrússia até que esta normalizasse a dívida. 

Mais do que esta disputa entre a Rússia e a Bielorrússia, aquilo sobre o qual importa reflectir é precisamente a política energética da União. Longe de ser auto-suficiente em termos energéticos, esta dependência da Rússia, assim como a dependência do Magrebe, por exemplo, podem pôr em causa a sua própria segurança. Sei que há think tanks a debruçarem-se sobre o problema e é bom que surjam outras opções. A diversificação de fontes é sempre uma estratégia, mas nem sempre possível ou economicamente viável.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

De novo o Afeganistão... III

Mais uma má notícia para o Afeganistão. Para mim, é necessário uma revisão urgente da estratégia para aquele país. A situação está a tornar-se insustentável.


Austrália anuncia redução de militares no Afeganistão

Prémio

Prémio Fernando Barreiros Marques
(Mecenas da Cátedra A Razão)

Nascido em 1920, Fernando Barreiros Marques formou-se em Engenharia Electrotécnica, na Universidade do Porto, tendo trabalhado na General Electric, na Hidroeléctrica do Cávado, na Sorefame e na EDP. Um dos fundadores da Fundação Internacional Racionalista, foi também membro da Intervenção Democrática. Faleceu em Março de 2010.

1. A Cátedra A Razão, sediada na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), institui um prémio anual, de 2500 euros, destinado a promover estudos originais sobre a razão humana. Qualquer que seja a área científica do trabalho apresentado, a categoria de razão deve constituir nele o referente central, fundado na articulação coerente dos conhecimentos actuais com a perspectiva do autor.

2. Podem candidatar-se alunos de licenciatura e pós-graduação, devidamente inscritos numa instituição de Ensino universitário sediada no distrito de Lisboa.

3. Os trabalhos serão apresentados sob pseudónimo na secretaria da FLUL, até 14 de Dezembro de 2010. Os autores devem identificar-se exclusivamente em carta fechada, endereçada à Comissão Científica da Cátedra A Razão, juntamente com o respectivo trabalho concorrente. A identificação de cada concorrente incluirá prova documental da sua condição de aluno de uma instituição de Ensino Universitário de Lisboa.

4. Os trabalhos concorrentes, entregues em três exemplares, não devem exceder cem páginas, sendo também apresentados em suporte informático (pen ou CD). Os trabalhos podem ser elaborados em qualquer editor de texto para Windows™ e Macintosh™.

5. A composição do júri é da responsabilidade da Comissão Científica da Cátedra A Razão, que tornará pública a sua decisão durante o primeiro semestre de 2011. A entrega do prémio será realizada em sessão pública na Universidade de Lisboa. O trabalho premiado será publicado por encargo da Cátedra e em concordância com o seu autor.



Informações:
D. Filomena Martins
Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Alameda da Universidade, 1600-214 Lisboa
Tel: 21 7920050    filomena.martins@fl.ul.pt

terça-feira, 22 de junho de 2010

De novo o Afeganistão... II

Disse esperar não voltar a escrever sobre o Afeganistão. E estava certo: ao escrever sobre este país novamente num curto período de tempo seria suspeito do ponto de vista das motivações para esse mesmo comentário.

Hoje li duas notícias sobre o Afeganistão, nas quais era relatada a preocupação da ONU com o aumento "alarmante" da violência neste país, onde duplicou o número de ataques com bombas, o número de mortos em relação ao ano passado, etc. Apesar destes números estarem relacionados, pelo que me parece, com as recentes operações levadas a cabo pela NATO para expulsar os taliban da zona sul do Afeganistão, eles também podem significar uma renovada força deste grupo extremista, animado com a possibilidade de retirada das forças estrangeiras do território afegão... Talvez, ecleticamente, uma mistura de ambas as realidades. Ainda assim, há a lamentar cada uma das mortes que esta (e qualquer outra) guerra causa.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Notícias do dia

Algumas notícias que vão marcando a secção internacional de alguns jornais por todo o mundo:

1. O Irão proibiu a entrada de inspectores a AIEA no país porque os considerou pessoas não gratas pelo relatório "não verdadeiro" que estes produziram aquando da última visita;

2. A empresa russa Gazprom diminuiu o envio de gás para a Bielorrússia por questões financeiras, uma vez que este país deve à empresa cerca de 200 milhões de dólares pelo já vendido, enquanto que a Bielorrússia reclama à Rússia o pagamento da mesma quantia em taxas por funcionar como corredor de fornecimento energético para a Europa.

3. Juan Manuel Santos foi eleito Presidente da Colômbia, sucedendo a Uribe. A escolha deste ex-Ministro da Defesa reflecte a vontade da população em continuar a política dura com os guerrilheiros das FARC. Esta eleição implicará também uma continuidade na política de vizinhança, ou seja, a forte aliança com os EUA e a tensão com a Venezuela e o Equador.

4. Na Polónia, a primeira volta das presidenciais foi vencida pelo liberal Bronislaw Kommorovski, do partido do Primeiro-Ministro Tusk, mas não com uma diferença suficiente para a evitar a segunda volta contra o irmão do Presidente falecido em Smolensk, Jaroslaw Kaczynski. O mais votado é conhecido pelo seu liberalismo e proximidade à Europa, em contraposição com o ultraconservador e nacionalista Kaczynski.

5. Israel abdicou de parte da sua dureza no bloqueio a Gaza, permitindo o acesso por terra ao local, o que agradou à comunidade internacional que fazia pressão nesse sentido. Um passo instável na (im?)possível resolução deste impasse.

Ai agora?

(Fonte: Blogue Tratados)

domingo, 20 de junho de 2010

Queen Elizabeth

Não resisto a partilhar no blogue o e-mail que anda a circular por aí..
A rainha Duracell: ... e dura, ... e dura, ...


Obama



Bush Filho



Clinton



Bush Pai



Reagan



Carter



Ford



Nixon



Kennedy



Eisenhower



Truman

sábado, 19 de junho de 2010

Sanções

Os Estados Unidos e a União Europeia, parceiros diplomáticos em muitos assuntos internacionais, estiveram mais uma vez de acordo e aprovaram novas sanções contra o Irão, naquela que vai sendo a novela deste tópico. O objectivo é travar o desenvolvimento do programa nuclear do país e ambos foram mais abrangentes e rigorosos do que a decisão do Conselho de Segurança da ONU na aplicação das sanções. Os EUA e a UE, com esta atitude e com a recusa da proposta que o Brasil e a Turquia apresentaram, estão a adoptar uma postura algo unilateral, não cooperando com aquela intermediação e sobrepondo-se à decisão de um organismo internacional.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Saramago

Das figuras mais controversas do panorama cultural português, José Saramago era amado e odiado. Com posições muito controversas sobre a religião, a política e a vida em geral, muitos não gostavam da sua personalidade; outros, admiravam a sua capacidade e genialidade na escrita. Era ainda criticado por se ter deslocado para Lanzarote, aquela inóspita ilha no Atlântico, mas poucos saberão dos motivos que o levaram a fazê-lo. Prémio Nobel em 1998, o primeiro português na literatura, Saramago conhecia Fidel e nunca deixou de ter uma voz activa na sociedade portuguesa. Mas o seu génio ultrapassou fronteiras e dois artigos foram hoje escritos no NYT e vários em outros jornais por todo o mundo, desde os espanhóis, franceses, ingleses,...

Saramago morreu. Usando um lugar comum que muito se ouvirá nos próximos dias, a sua memória perpetuar-se-á pela sua obra e pelo seu pensamento crítico e inquieto que me deslumbrava. Sim, eu pertenço ao segundo grupo e adorei cada um dos seus livros que li. À semelhança do que fez o Pedro Fragoso no seu blogue, celebro a vida deste escritor com a imagem dos dois que mais me tocaram. E, tal como ele, digo: Obrigado.




quinta-feira, 17 de junho de 2010

Dia da Consciência

As celebrações têm sempre um significado. Mais ou menos comerciais, há as mais e as menos divulgadas. Hoje é o "Dia da Consciência". Um belo nome atribuído a este dia que pretende celebrar Aristides de Sousa Mendes, o homem que, sozinho, salvou o maior número de pessoas durante a II Guerra Mundial. É uma data a lembrar e a celebrar com o orgulho de quem actuou com a consciência.

Quem quiser, pode ainda ver o Museu Virtual deste diplomata aqui.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Ai as crises...

Crise, crise e mais crise. Ora ela é económica, ora ela é política, cultural, demográfica, moral,... Estamos sempre a ouvir falar de crise. E o pior de tudo é que todas estão relacionadas e apoiam-se reciprocamente.

Na Alemanha, tal como em Portugal e em quase toda a Europa, o governo está sob uma pressão especial da oposição que quer, longe de resolver a crise, ocupar o poder. Angela Merkel tem sido confrontada com a vontade da oposição da convocação de novas (antecipadas) eleições. No entanto, eu acho descabida esta situação, visto que a sua eleição ocorreu há tão pouco tempo e virão aí já no final do mês as presidenciais que mostrarão o grau de satisfação dos alemães pela chanceler. Aí sim, poderiam reflectir sobre os resultados práticos da opinião dos germânicos. O apoio à Grécia e ao Euro poderão prejudicar a chefe de governo alemã. Em termos de popularidade mundial, ela figura sempre nos tops da opinião pública atendendo à sua política discreta mas eficiente. Internamente, não sei como está a imagem da chanceler, mas a diminuição do desemprego e a retoma sólida da economia alemã segundo indicadores recentes deverão ser pontos a favor de Angela Merkel.

Em Julho certamente que voltarei a falar da Alemanha. Espero que antes não...

terça-feira, 15 de junho de 2010

De novo o Afeganistão...

Durante umas semanas, dediquei-me com especial atenção à Guerra do Afeganistão. Li, estudei e analisei a situação afegã desde 2001. Na altura, eu dizia que era um erro falar em retirada e marcar uma data, ainda que bastante alargada, apesar de compreender as motivações que subjazeram a essa estratégia.

Hoje, alguns meses depois, isso está mais do que confirmado. As tropas da NATO continuam com dificuldades em expulsar os taliban de certas zonas do país, apesar de terem conseguido reverter a situação tão negativa do ano de 2009. Pela primeira vez, o Afeganistão tem agora mais militares do que o Iraque e isso teve implicações práticas.

A situação agora está num impasse: ninguém sabe se os EUA (e a NATO) devem continuar no terreno ou se devem retirar na data prevista ou ainda antes ou até depois. As coligações de vontades que os Estados Unidos tanto defenderam começam a fraquejar - países como a Alemanha discutem com intensidade e questionam a necessidade daquele palco de guerra e noutros o cenário é semelhante. A Casa Branca paralisou essa discussão, aguardando por Dezembro, altura de uma revisão da estratégia para o Afeganistão. Aí, sim, serão tomadas medidas concretas e alterada, eventualmente a estratégia.

Resistência taliban, falta de lealdade a Karzai, lacunas no esforço civil, opinião pública (americana, afegã e mundial), eleições americanas, popularidade e desgaste das tropas são alguns dos elementos que não podem ficar de fora dessa análise. O resultado ainda é incerto, porque as variáveis são imensas.

Evento

domingo, 13 de junho de 2010

Novo Design

 O mesmo blogue com uma nova cara. Bem-vindos ao novo Internacionalizzando!

Evento

CICLO DE CONFERÊNCIAS EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS
No âmbito da UC 421 – Teoria das Relações Internacionais, vão decorrer no Aquartelamento da Academia Militar na Amadora, as conferências abaixo mencionadas.
Todas as conferências estão abertas aos interessados em assistir às mesmas.


18JUN10, 10H00 – A CONSTRUÇÃO DA SEGURANÇA E DA PAZ INTERNACIONAL
  O papel da ONU na construção da paz (Doutoranda Mónica Ferro, ISCSP-UTL)
-  O processo de Paz do Médio Oriente (Dr. Paulo Santos, Chefe de Divisão da Direcção de Serviços do Médio Oriente e do Magrebe no MNE)
22JUN10, 10H00 – A GNR NAS MISSÕES INTERNACIONAIS
(Capitão da GNR Marco Cruz)
23JUN10 – A PCSD E AS NOVAS MISSÕES DA UE
(Professora Doutora Laura Ferreira Pereira, ISCSP-UTL)
29JUN10 – MODELOS GEOPOLÍTICOS E CONFLITOS REGIONAIS E GLOBAIS NA ORDEM INTERNACIONAL CONTEMPORÂNEA
(Professor Doutor Armando Marques Guedes, FD-UNL)
02JUL10 – O PAPEL DA CHINA NA GESTÃO DE CONFLITOS INTERNACIONAIS
(Major/Doutorando Alexandre Carriço, IDN)
                 – O PAPEL DA CHINA NA GESTÃO DE CONFLITOS INTERNACIONAIS
(Tenente-Coronel/Doutor Carlos Manuel Mendes Dias, EPA).

sábado, 12 de junho de 2010

"E a Turquia?", João Marques de Almeida

Encontrei por acaso este artigo de João Marques de Almeida no site do IPRI, mas originalmente publicado no Diário Económico. Penso que vale a pena ler numa altura em que tanto se fala sobre Israel e a Turquia, chamando a atenção para os comentários que o autor faz em relação à estratégia turca e ao timing que está a viver actualmente. Transcrevo-o abaixo, mas pode também ser lido aqui.

"Cada vez que há um problema que envolve Israel, a opinião pública europeia, pelo menos por uns dias, esquece tudo o resto.



Nas últimas semanas, pela primeira vez, houve um tema que bateu a crise económica na atenção da imprensa europeia. Como Israel se tornou num foco gigante que esconde tudo o que se passa à volta, a maioria dos observadores não tem prestado muita atenção à questão turca. A novidade não é o conflito entre Israel e o Hamas. O que é verdadeiramente novo é a mudança na política externa da Turquia. Nos últimos dois anos, o governo turco tem seguido uma política de expansão regional, associada à estratégia interna de consolidação do poder.



Como mostram as reacções do primeiro-ministro Erdogan, com discursos inflamados perante militantes do seu partido e do ministro dos Negócios Estrangeiros, falando de um modo absurdo do "11 de Setembro turco", a liderança turca quer aproveitar o problema com Israel para prosseguir os seus objectivos internos e externos. Estamos a assistir a um claro processo de instrumentalização política. 



Nos últimos dois anos, o governo turco olhou para o Médio Oriente e viu uma oportunidade de expansão estratégica na região. Com a liderança de Mubarak a chegar ao fim, o Egipto está fragilizado. Após anos de guerra, o Iraque está em reconstrução. Por fim, o Irão está isolado. Ou seja, as potências regionais tradicionais estão fracas, sobrando assim a Turquia. Simultaneamente, os Estados Unidos estão concentrados no Afeganistão e, depois da guerra do Iraque, estão diplomaticamente saturados do Médio Oriente. Estão assim reunidas as condições para a estratégia neo-Otomana do regime turco.


À estratégia expansionista, só faltava acrescentar Israel. Antes de mais, a hostilidade contra Israel permite que as profundas alterações da política turca não provoquem reacções demasiado negativas na Europa. Enquanto estão todos a olhar para Israel, a Turquia vai mudando. Além disso, tornar-se no campeão da causa palestiniana é a melhor maneira de legitimar uma estratégia de expansão no Médio Oriente. O confronto com Israel aumenta ainda a popularidade interna do governo, e enfraquece a legitimidade dos adversários internos, nomeadamente os militares. Não é difícil imaginar o discurso que se prepara. O governo do AKP enfrenta Israel em nome dos direitos dos palestinianos. Os militares ignoraram a luta palestiniana em nome de uma aliança com Israel. Também não é difícil perceber quem terá mais apoio popular.



Por fim, o governo turco está empenhado em mostrar a Washington o peso e os custos da aliança com Israel. Aqui, Ancara começa a navegar em águas mais difíceis e profundas. A administração norte-americana ainda não esqueceu a fotografia de Erdogan com o Presidente iraniano (nem esquecerá depressa). Em Washington, começam a surgir interrogações sobre a natureza e as verdadeiras intenções da Turquia. O governo turco arrisca-se a perder o controlo sobre a sua estratégia de alto risco. E se quiser recuar pode não ser capaz por causa da pressão popular interna."

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Two Exits

Robert Gates, Ministro da Defesa dos EUA, numa viagem à Europa, punha a tónica num ponto realmente importante, apesar de não ser o único: a Turquia e a evolução recente da sua política externa, marcada por uma reaproximação ao Oriente, conjugada com um afastamento a antigos aliados "ocidentais" como os Estados Unidos ou Israel, estão directamente ligadas com as relações que aquele país tem estabelecido com a União Europeia.

Como é sabido, se há processo complexo na UE, é o da adesão da Turquia. Por todas as questões económico-financeiras, políticas, sociais, etc. que esta adesão levanta, o processo vem-se arrastando lentamnte há anos. E Gates afirmou, com alguma razão, que este relacionamento problemático (no qual se incluem afirmações dos líderes francês e alemão sobre a impossibilidade dessa adesão) é um dos responsáveis pelo afastamento da Turquia do Ocidente. País entre dois mundos, a Turquia sempre foi um território disputado em termos estratégicos. Sendo ignorada numa frente, começa a virar-se para outra, como se compreende.

Agora a grande questão é esta: como resolver esse problema das relações UE-Turquia? Até que ponto é que os decisores têm vontade de o resolver efectivamente? Continuará tudo assim e a Turquia afastar-se-á progressivamente da sua vertente ocidental? Ou receberá, após esta crítica americana, algum impulso da União?

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Sanções

E foram aprovadas as sanções... Que timing é este?

Mudanças no Médio Oriente

Quando se fala sobre o Médio Oriente, inclui-se sempre a agitação e instabilidade que teima em não abandonar aquela região do mundo. Israelitas e palestinianos, turcos, Islão, Irão, Iraque, Líbano, Síria, Jordânia,... Há sempre um problema por resolver, um conflito por apaziguar, uma tensão a desfazer. Ultimamente, com esta história de Gaza e do bloqueio, eu diria que é mais do que isso. Este episódio marca, para mim, o início de um processo de mudança mais profundo.

A Turquia, que sempre foi um dos maiores aliados dos EUA, está agora a fazer-lhe frente por causa das sanções contra o Irão; está a dar uma dor de cabeça aos americanos que não quereriam, digo eu, perder este ponto estratégico no Médio Oriente. Mas a Turquia quer lançar cartas na região e vai fazê-lo, eventualmente, sozinha. O Irão ponderou aceitar a mediação brasileira e turca e exportar o urânio, cedendo. Israel está a desafiar toda a região com o seu bloqueio, a sua postura intransigente e a sua falta de diplomacia, afastando-se também dos Estados Unidos que já não podem aparar tantos golpes sem serem fortemente criticados. Os israelitas também querem ter uma palavra a dizer sobre aquela região. O problema surge quanto encontram uma Turquia que pretende ocupar a mesma posição e tem características tão diferentes das deles. Um choque de interesses que azeda as relações entre ambos, antes bastante calmas. Os países muçulmanos acorreram a apoiar os turcos, criando uma divisão ainda mais clara.

Ainda é cedo para compreender a dimensão destes acontecimentos mais recentes e uma visão mais histórica não pode nunca ser esquecida, mas, para mim, há uma quase certeza: a rede de alianças e amizades no Médio Oriente está a remodelar-se e isso terá implicações no resto do mundo. A questão será descobrir quais serão essas implicações.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Ao lado do inimigo

Quando reflectia aqui no blogue sobre a Guerra do Afeganistão, frequentemente falava sobre a necessidade do envolvimento de um esforço civil em todo o processo. Há uns dias, lia uma notícia que dava conta da acção da Cruz Vermelha ao ensinar primeiros socorros aos taliban.

Como se sabe, a Cruz Vermelha actua imparcialmente e a sua acção tem-se desenvolvido tanto ao lado dos taliban, treinando-os para salvar vidas no campo de batalha, como ao lado dos afegãos, ensinando taxistas a servirem de ambulâncias informais, por exemplo.

O governo afegão prefere não comentar o trabalho (“controverso”) da Cruz Vermelha Internacional, enquanto que a NATO compreende esta imparcialidade, respeitando o trabalho desta ONGI.

sábado, 5 de junho de 2010

“Como os eurodeputados mandam em nós”

O título, entre aspas, não é da minha autoria; pertence à reportagem publicada na Pública a 7 de Junho do último ano que recebeu o Prémio de Jornalismo do Parlamento Europeu de 2010.

Num longo artigo, o autor mostrava aos leitores que as decisões tomadas no Parlamento Europeu tinham (e têm) influência na vida prática, quotidiana, dos cidadãos dos Estados-Membros. Desde as tarifas dos telemóveis aos bilhetes de avião, passando pelos direitos de autor, são treze as decisões do Parlamento Europeu exemplificadas neste artigo que nos põe a pensar sobre o projecto europeu e nos aproxima desta realidade supranacional.

Vale a pena lê-lo aqui.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Algumas notícias

A actualidade internacional que merece destaque hoje:

Parlamento japonês escolhe novo Primeiro-Ministro

Bento XVI três dias em Chipre preocupado com o Médio Oriente

Israel admite "formas criativas para fazer chegar ajuda a Gaza

Merkel escolheu Christian Wulff para ser Presidente da Alemanha

“Programa radical para governo radical”

Bom artigo para ler sobre os primeiros passos do governo de Sua Majestade: “Rainha Isabel II proclama “programa radical para um governo radical”, no Público.

E ainda não me esqueci de escrever um post sobre a política externa da nova coligação – ou pelo menos do seu programa para ela. Tenho adiado. Qualquer dia surgirá, espero.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Emprego

Técnico(a) estagiário(a) de Educação para o Desenvolvimento 


Tens motivação para colaborar na construção de uma organização de referência da sociedade civil que cria, implementa e inspira respostas e políticas sociais, promotoras de desenvolvimento e realização dos indivíduos e das sociedades


A PAR Respostas Sociais é uma associação sem fins lucrativos, reconhecida como Instituição Particular de Solidariedade Social IPSS e Organização Não Governamental para o Desenvolvimento ONGD. Tem como objectivo actuar para um mundo mais solidário e inclusivo desenvolvendo a sua acção em torno de três áreas distintas Educação e Formação, Desenvolvimento Comunitário e Promoção da Saúde , que articula para garantir respostas sociais de excelência.
Promove o desenvolvimento da pessoa e sua cultura, mediante um processo de descoberta e de valorização das suas capacidades e possibilidades, acreditando que o indivíduo é o agente principal da sua mudança, e que isso tem reflexo a nível social e global.

A Agência ODM é um Projecto da Associação PAR que se assume como uma rede de jovens com uma vontade comum: intervir localmente para promover uma mudança global a redução da pobreza extrema e o cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio ODM, patamares mínimos de dignidade humana.
Uma vez que somos a primeira geração que dispõe dos meios, recursos e tecnologia necessários para garantir que todas as pessoas tenham acesso a direitos humanos fundamentais como a água, a alimentação, a educação, a saúde ou o ambiente, a Associação PAR através do Projecto Agência ODM, pretende capacitar e mobilizar a Sociedade Civil Portuguesa para que seja exigido o cumprimento deste compromisso Universal.
A Associação PAR Respostas Sociais pretende recrutar uma técnicoa estagiárioa de Educação para o Desenvolvimento.

Oa Estagiárioa, integrará o Departamento de Educação e Formação e terá como principal função o apoio ao Projecto Agência Odm www.agenciaodm.org.

FUNÇÕES:

A pessoa seleccionada será responsável perante a Coordenadora do Departamento de Educação e Formação e executará as estratégias e acções definidas pela organização. As suas funções principais serão:

Apoio à gestão do Projecto, ao nível administrativo, técnico e teórico
Apoio na prospecção de fundraising: candidaturas e parcerias.
Apoio à representação institucional
Apoio na criação e organização de eventos
Apoio na organização de formações residenciais e não residenciais
Apoio no acompanhamento e gestão dos núcleos ODM
Animação/facilitação de grupos de jovens
Criação de conteúdos para ferramentas on-line e de documentos temáticos
Apoio à manutenção das ferramentas on-line blogue e redes sociais
Organização de informação temática e clipping



PERFIL:

Diploma universitário na área das Ciências Sociais, Relações Internacionais, Sociologia, Ciências Políticas, etc
Experiência estágio curricular, voluntariado, etc. em actividades/Projectos de Educação para o Desenvolvimento
Conhecer a realidade e o funcionamento do Terceiro Sector em Portugal
Conhecimentos sobre Cidadania Global, Politica Internacional e Advocacia Social
Proactividade e capacidade de decisão
Competências estratégicas e organizadoras
Capacidade de trabalho em equipa
Trabalho orientado para os resultados
Flexibilidade e adaptação à mudança
Capacidade relacional e de comunicação
Dinamismo e criatividade
Capacidade de reflexão, argumentação e espírito crítico
Flexibilidade de horário e disponibilidade para viajar
Motivação para a justiça social e solidariedade
Domínio do Inglês escrito e falado
Conhecimentos Microsoft Office na óptica do utilizador, internet, redes sociais, gestão de sites e blogues, programas de imagem e edição.


CONDIÇÕES:

Contrato de trabalho anual, em regime full-time, ao abrigo do Programa Inov Social.
Início : Julho 2010
Término: Julho 2011
Local de Trabalho: Lisboa

PROCESSO DE SELECÇÃO:

Osas interessadosas no cargo poderão enviar o seu curriculum para amandio.rodrigues@par.org.pt com a referência Técnicoa estagiárioa de Educação para o Desenvolvimento.

O prazo limite para candidaturas é o dia 06 de Junho de 2010.
Todas as candidaturas pré-seleccionadas serão contactadas no dia 07 de Junho.
A Associação PAR Respostas Sociais pratica o princípio de igualdade de oportunidades para todas as posições.

Numa encruzilhada

A Turquia, país ao qual me tenho dedicado nos últimos dias com especial intensidade, tem sido objecto de alguma atenção em termos internacionais. Primeiro, pela mediação que fez, juntamente com o Brasil, da questão iraniana. Irritou os Estados Unidos, assim como outros parceiros ocidentais, porque não defendeu o fim do programa nuclear do Irão. Muitos auguraram um afastamento da Turquia do Ocidente. Outros diziam que isto é normal e que este país sempre jogou com os dois lados – é a vantagem de estar no meio de dois continentes, eu diria. Aliás, a sua política externa, conhecida como a “Zero Problems’ Foreign Policy”, com o intuito de resolver os problemas com a sua vizinhança também está a desagradar a Hillary Clinton que se mostrou desiludida com as recentes posições turcas no cenário internacional.

“Turkey is trying to become a major player in the region, which means it has to rebalance its relationship with the U.S.,” said Ozgur Unluhisarcikli, director of the Ankara office of the German Marshall Fund of the United States. “In the case of Iran, Turkey does not want a U.S. or Israeli strike. It does not want sanctions. Turkey knows that sanctions did not work against Saddam Hussein’s Iraq during the 1990s.” (Artigo de 26 de Maio do NYT)
 
De facto, a Turquia começa a preocupar os EUA. Caso contrário, Obama não teria passado uma hora ao telefone com Erdogan, não fosse este Primeiro-Ministro de um membro da NATO e de um candidato à União Europeia.

“Mr. Erdogan and his new foreign minister, Ahmet Davutoglu, are spearheading this policy. If they succeed, it will mean prestige and respect for a mostly Muslim, Western-oriented country that is determined to bring stability to a volatile region on Turkey’s borders. So far, the policy has had mixed results. Take Armenia, with whom Turkey cut all  diplomatic relations in 1993 and closed the border. Two years ago, as part of Ankara’s zero-problems strategy, Turkish and Armenian diplomats held secret talks culminating in direct negotiations between their presidents. In August, the countries agreed to normalize relations in what was hailed as a major breakthrough for promoting stability in the Caucasus. But the borders are still closed. More talks are on hold.” (Do mesmo artigo)

A Turquia está a iniciar este caminho na sua consolidação como potência regional. A alcançá-la e a entrar na União, só haveria vantagens para todos. Mas um longo caminho a aguarda ainda.

“This month, Mr. Erdogan was given the red-carpet treatment when he visited Athens. Mr. Davutoglu said the visit was “a revolution.”

Keeping the zero-problems policy on track will take all the skill of Turkish diplomats and their counterparts in the region. “We know that the zero-problems policy is very ambitious,” said Suat Kiniklioglu, a legislator who is deputy chairman of the Justice and Development Party. “But we have an interest in seeing our neighborhood stabilized and interdependencies created.”

That can only be good news for the United States and Europe. Washington understands what Turkey is trying to do. But the European Union, so far, has shown little interest in a country aspiring to membership that is trying to reach out to its enemies.”

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Assunto enterrado


Os ucranianos zangaram-se. Ironicamente depois da eleição do Presidente pró-russo, a Ucrânia afasta-se da sua adesão à NATO. A sua antecessora lutou fervorosamente por essa entrada, mas agora o assunto está morto. 

terça-feira, 1 de junho de 2010

Lisboa é melhor que Nova York

Não, não é uma piada de mau gosto!

Com os portugueses tão desanimados com as medidas de austeridade anunciadas pelo governo e pelas contas que fazem para os próximos anos, surge uma boa notícia, especialmente para os lisboetas: a capital de Portugal é 45ª cidade num ranking sobre a qualidade de vida em 221 cidades de todo o mundo.

A novidade é que Lisboa ficou acima de cidades como Madrid, Nova York ou Miami. E esta apanhou-me desprevenido. Passo a transcrever o artigo do Público publicado a 26 de Maio:

“Estabilidade política, bons serviços bancários, liberdade de expressão sem entraves, serviços de saúde adequados e bens de consumo à mão de semear. Graças à soma de todos estes factores e mais alguns, Lisboa arrebatou o posto da 45.ª cidade com maior qualidade de vida a nível mundial no ranking de 221 cidades elaborado pela consultora Mercer, e que é divulgado hoje.

A capital portuguesa "tem conseguido manter um nível global de qualidade de vida bastante satisfatório", disse ao PÚBLICO Diogo Alarcão, responsável da Mercer Portugal. Posicionando-se ao mesmo nível de Washington e Chicago, Lisboa consegue ficar acima de destinos como Madrid, Nova Iorque, Praga ou Miami.


Em 2009, a capital tinha ficado uma posição acima (44.º), apesar de a comparação não ser necessariamente correcta, pois o estudo envolveu este ano mais cidades (221) face às 215 dos anos anteriores. Porém, a tendência geral tem sido de melhoria e, nos últimos três anos, Lisboa já escalou 12 lugares no ranking global.

Para Diogo Alarcão, vários factores favorecem Lisboa, que obteve a 45.ª posição a partir da análise de 39 critérios, pelos quais todas as cidades são classificadas face a Nova Iorque (que tem uma pontuação base de índice 100). A capital tem nota máxima na relação com outros países, no ambiente sociocultural (não existência de limitações à liberdade pessoal e de imprensa), na rede de electricidade, água e telecomunicações, na extensa oferta de todas as categorias de bens de consumo e na boa rede de escolas estrangeiras em Lisboa.

Este último factor poderá parecer estranho nesta análise de qualidade de vida, mas este estudo da Mercer destina-se sobretudo a ajudar os Governos e as multinacionais nos processos de expatriação de colaboradores para projectos internacionais e, portanto, a adequar remunerações em função do melhor ou pior desempenho de uma cidade.

Entre os pontos fortes da capital portuguesa está também a qualidade dos serviços bancários, a crescente melhoria dos serviços de saúde (públicos e privados), a existência de um clima temperado, a diversidade de escolha no mercado habitacional e o baixo grau de risco de ocorrência de desastres naturais. Do lado oposto, a travar um lugar mais cimeiro no ranking, está a "oferta de actividades recreativas e de lazer (que, apesar de ter um nível aceitável, perde para muitas cidades europeias e de países desenvolvidos), o aumento da percepção de insegurança, o congestionamento habitual no tráfego, o registo de acidentes rodoviários, a qualidade dos serviços aeroportuários e o nível de poluição atmosférica", destaca Diogo Alarcão.

Pior em termos ambientais

Pela primeira vez, o estudo da Mercer elaborou também umeco-ranking, baseado em critérios como a disponibilidade e potabilidade da água, recolha de lixo, sistemas de esgotos, poluição do ar e congestionamento rodoviário. Aqui, Lisboa ocupa o 74.º lugar, bem mais distante das primeiras posições, ocupadas por Calgary e Otava (Canadá) e pela capital do estado norte-americano do Havai, Honolulu.

Já no ranking global da qualidade de vida, é a cidade de Viena (Áustria) que ocupa o primeiro posto, seguindo-se as suíças Zurique e Genebra. As cidades europeias estão em maioria nos 25 lugares cimeiros, ocupando 16 posições. Também o Canadá tem quatro cidades entre as 25 melhores, enquanto a Austrália tem três e a Nova Zelândia duas. Nos EUA, Honolulu é a cidade com melhor pontuação, e na Ásia destaca-se Singapura.

Quanto às cidades dos países de língua portuguesa, permanecem bastante abaixo de Lisboa. Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo ficam-se pelos 104.º, 116.º e 117.º lugares, respectivamente, enquanto a capital moçambicana Maputo está em 185.º e a capital angolana Luanda em 198.º.

Blogue “Tratados”

Chamo a atenção para o blogue “Tratados”, de Bruno Oliveira Martins, especialmente para este e este posts: um sobre a manifestação islâmica na Bélgica e outro sobre uma afirmação de Robert Cooper a quem eu atribuiria a nota de 18.