sábado, 19 de junho de 2010

Sanções

Os Estados Unidos e a União Europeia, parceiros diplomáticos em muitos assuntos internacionais, estiveram mais uma vez de acordo e aprovaram novas sanções contra o Irão, naquela que vai sendo a novela deste tópico. O objectivo é travar o desenvolvimento do programa nuclear do país e ambos foram mais abrangentes e rigorosos do que a decisão do Conselho de Segurança da ONU na aplicação das sanções. Os EUA e a UE, com esta atitude e com a recusa da proposta que o Brasil e a Turquia apresentaram, estão a adoptar uma postura algo unilateral, não cooperando com aquela intermediação e sobrepondo-se à decisão de um organismo internacional.

9 comentários:

  1. http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/europe/7837874/Germany-and-France-examine-two-tier-euro.html

    Li essa notícia e queria seu comentário, caríssimo...... Pode ser?

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  2. Economicamente serás o melhor para esse comentário. Em termos políticos, fico confuso com essa notícia e com aquela que eu publiquei sobre a adesão da Estónia à zona Euro, não te parece? Agora, temos que fazer uma divisão importante: a Comissão Europeia é o organismo que promove essas políticas de integração da União, na qual se inclui a questão da moeda única. Foi a Comissão que pressionou para essa adesão da Estónia, contrariando pareceres do BCE. Por outro lado, a notícia dá conta de conversações a nível dos Estados, ou seja, propostas que ainda estão a ser discutidas a nível praticamente bilateral, sem uma única posição da UE. Quando se pronunciar sobre isso, a Comissão não se mostrará muito satisfeita. Há, no entanto, outra hipótese: a pressão política exercida pelos países que querem criar esse sistema duplo, que coincidem com os mais poderosos e influentes, fazer-se sentir na Comissão que terá que acatar.
    Outro dado importante é o interesse nacional: a opinião pública alemã e francesa não tolerará mais um plano de salvamento como aquele que foi feito para a Grécia. E por muito que os líderes europeus eventualmente tenham essa solidariedade que caracteriza o espírito da União, não podem arriscar-se àquilo que Angela Merkel começou já a sentir na pele e que é a perda de popularidade e a possibilidade de perder o governo. Então, este plano B, como dizia o artigo, virá, eventualmente, salvaguardá-los disso, deixando os mais frágeis à mercê desta crise... Compreendo a posição do ponto de vista nacional; custa-me esta cisão do ponto de vista da União Europeia. Poderá ser o início de uma crise mais séria dos 27? Sim, poderá. Mas ainda não foi adoptada e a evolução política (eleitoral) e económica (desemprego, recuperação, etc.) poderão ditar outros caminhos: mais solidários ou mais austeros e individualistas..

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  3. O que te parece a ti do ponto de vista económico?

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  4. Sinceramente? Rocky a princípio mas provavelmente bom, depois. Portugal Espanha e Grécia estão bem mais próximos de uma União Monetária óptima do que o conjunto. Assim a nossa moeda podia desvalorizar, protegendo-nos um pouco - pelo menos desde que as nossas dívidas continuassem denominadas na nossa moeda.

    Mas é muito complexo... Giro é pensar que parte da culpa de estarmos assim está na PM do BCE que gira em torno desses países. Enfim.

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  5. Sim, realmente é verdade... Uma política monetária única para toda a zona euro tem que prejudicar uns em detrimento de outros. Vamos aguardar pelos desenvolvimentos...

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  6. Mas eu sinceramente não estou a perceber como seria feito. Em que moeda ficavam denominadas as dívidas? É que se no nosso euro, então não me parece que compense pás Alemanhas - desvalorização da nossa moeda deteriora na deles o valor dos activos que eles detêm cá. Se no euro deles, então estamos verdadeiramente lixados - a nossa moeda desvaloriza, o valor da nossa dívida cresce... Só se o nosso novo BC decidir emitir moeda para pagar as dívidas públicas e a população que se quilhe - a la Alemanha década de 20. Não admirava....

    Agora, se for para ser instaurado depois de se terem posto as contas em ordem.... É boa ideia. Mas o problema de agora continua.

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  7. Realmente é uma situação muito estranha... E as hipóteses que apresentas soam-me assustadoras! Deflação ou inflação acentuadas são as únicas alternativas que apresentas, o que não me deixa realmente feliz... A última possibilidade é que não me parece tão realista, uma vez que esta medida era para ultrapassar a crise e só agora faria sentido, não quando os sistemas estivessem estabilizados, pois aí a população queria lá saber qual o sistema financeiro em vigor, desde que continuasse com dinheiro no bolso...

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  8. Não confundas deflação com desvalorização da moeda. Porque passando a dois euros, um pode desvalorizar em relação ao outro, sem por isso haver deflação doméstica. Aliás nós podemos entrar em deflação exactamente se tivermos preços demasiado altos face aos nossos principais parceiros comerciais sem uma taxa de câmbio nominal que o corrija.

    Uma das vicissitudes das uniões monetárias é essa mesmo. Os ajustamentos têm de ser internos. Se as economias estiverem realmente bem integradas e houver muito comércio intra-industria, se um país estiver bem/mal os outros também estarão e a moeda do conjunto face ao exterior permite corrigir melhor do que, como agora, numa situação mais heterogénea - ex.: Portugal está mal mas Alemanha vai de vento em popa, o que acontece à moeda? Se calhar ainda valoriza porque a economia alemã têm um peso enorme, colocando Portugal numa situação ainda pior.

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  9. Ah, ok ok! Perdão!

    Pois.. Continuam assustadoras as hipóteses!

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