Obama anda pela Ásia. A política externa do Presidente dos EUA, que aposta na multilateralidade na resolução dos problemas internacionais, tem desenvolvido um grande esforço de cooperação e bom relacionamento com a Ásia. Mas não com toda a Ásia, uma vez que um actor-chave do continente está de fora da visita, o que mostra a pouca ligação desta Administração com ele - a Índia.
Obama quer trazer a paz para uma zona conturbada e, para isso, reforça alianças com antigos amigos, o Japão, e cria novas e mais fortes alianças com outros, como a China – destaque-se, no entanto, que com a Administração Bush, numa primeira fase da política externa no ex-Presidente, o clima de tensão entre ambos era considerável e havia uma certa oposição. Obama, pelo contrário, já fez questão de dizer que não quer conter a China, mas que ela cresça e se torne próspera para desempenhar um papel importante naquela região do globo.
O Presidente dos Estados Unidos disse, nesta ronda que faz pela Ásia, que será o “primeiro presidente americano do Pacífico”. Isto é muito esclarecedor no que se refere a uma das prioridades da política externa de Obama e que passa, obrigatoriamente, pela região asiática. Os EUA estão a tentar contornar a sua perda de hegemonia, apesar de continuarem a ser, de longe, o país mais poderoso do mundo, com este soft power – defendem a multilateralidade na resolução das questões internacionais, mas não uma multilateralidade indefinida e global; é uma multilateralidade escolhida a dedo, com um par de aliados (a U.E., a China, a Rússia; a Índia talvez) com os quais procura construir uma “comunidade das nações”, assegurando, por um lado, a sua liderança e, por outro lado, a ajuda que necessita para manter a ordem internacional.
Sem comentários:
Enviar um comentário