quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Estratégia para o Afeganistão

Certamente na próxima semana voltarei a escrever um post sobre esta situação. Mas na próxima semana, à partida, já teremos uma estratégia definida para o Afeganistão.

A questão do Afeganistão tem estado na agenda dos media internacionais, que não largam Obama até terem a resposta que eles querem ouvir: que os EUA vão reforçar a sua presença no país e que vão apelar à cooperação europeia, para não custearem sozinhos a manutenção da "ordem internacional". Efectivamente, esta é a previsão para o discurso do presidente que deverá ter lugar na próxima terça-feira.


Já há três meses que Barack Obama anda a protelar a decisão e sabe que (tal como se tem já habituado com as questões de saúde), vai ter que enfrentar um grande descontentamento, seja qual for a decisão que tomar. Agora, com todos os dados nas mãos, resta só tomá-la e anunciá-la a uma imprensa ávida de controvérsias.

Este é um tema que, por razões académicas, me interessa particularmente; daí que volte a ele brevemente, comentando a situação. Aos que me lêem, gostava só de perguntar qual acham que é a melhor estratégia para o Afeganistão? A retirada progressiva? O reforço da presença internacional? Baseado em quê? Nas eleições fraudulentas? Na segurança internacional? Na necessidade imperiosa de derrotar os taliban? É uma questão delicada. Exprimam as vossas opiniões!

4 comentários:

  1. Na minha opinião Os EUA deveriam manter a sua presença militar no Afeganistão. Para além de ser importante o facto de a maior potência mundial ter interesse em participar na reorganização do sistema internacional, penso que os EUA têm o "dever" de sairem do Afeganistão apenas quando houver a clara certeza de que ali existe um Estado completamente capaz de responder ás necessidades da população e dos recursos. Para além disso acho que se o fizerem não deteora a imagem do Presidente Obama em nenhum aspecto. Apenas vai de encontro áquilo que tem procurado fazer a nível mundial, a cooperação entre Estados, apesar das divergências, e a responsabilização dos países desenvolvidos no crescimento dos subdesenvolvidos.

    Aguardemos então!

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  2. Cara Frida,

    Orbigado pelo comentário. Concordo, em parte com o que disse.
    Tenho apenas três dúvidas (não relativamente ao seu comentário, mas à situação em si):

    A primeira é que os EUA não são os únicos com interesse na ordem do sistema internacional, mas todos os restantes grandes países; a estabilidade é fundamental para o comércio, já para não falar de questões de segurança importantes que se levantam (terrorismo, Estados falhados, ADM, etc).

    Em segundo lugar, parece-me muitíssimo difícil, especialmente depois das últimas eleições, que, qualquer que seja a alutra em que os EUA saiam do Afeganistão, este seja um Estado capaz. Questões como tráfico de droga, problemas de democraticidade e corrupção vão durante os próximos anos marcar o país.

    Em terceiro lugar, não sou tão optimista quanto à opinião pública. Nem a mundial e muito menos a americana que já só quer a retirada do país.

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  3. Caro André,

    Sim, concordo que é do interesse geral de todos os grandes países manter a Ordem Internacional, e, assim sendo, os EUA não deverão querer ficar de fora ao abandonarem a missão no Afeganistão.

    Quanto à possibilidade do Afeganistão tornar-se um país capaz é, certamente muito difícil de concretizar. Mas, no meu ponto de vista, é sempre melhor ajudar-se um Estado a tornar-se capaz (ainda que essa tarefa nunca seja totalmente cumprida) do que abandoná-lo precocemente. O problema de muitos países hoje é exactamente esse: a falta de um Estado muito forte que o ajude a dotar-se de bases nos pós-guerra.

    (Provavelmente ainda não estou suficientemente madura para entender a fundo estas questões, mas nada como tentar! :)

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  4. Frida,

    eu também não sou a pessoa mais experiente para estas questões. E qualquer opinião tem validade desde que fundamentada.
    Eu concordo com o disse; aliás, eu não defendo a retirada do Afeganistão. É claro que na realidade as coisas tornam-se muito mais complexas do que esse posição que se inscreveria numa escola idealista, mas o que é facto é que há certos princípios e que nada há de errado em lutarmos por eles. No fundo, é o que cada um tenta fazer...

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