quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Україна



Lia eu outro dia: "A Revolução Laranja marcou o fim das desculpas da Europa. A Ucrânia continua a ser demasiado grande e pobre para aderir à UE - mas já não é demasiado soviética." (Parag Khanna, O Segundo Mundo)

Ora, o resultado das últimas eleições neste país relativizou muito esta frase que me parecia inspiradora. De facto, a adesão da Ucrânia à UE é quase um "tabu" e o autor desmistificou-a com aquela sentença. No entanto, a Ucrânia falou a duas vozes no Domingo passado; a diferença que separou os dois candidatos foi muito ténue e implica sérias reflexões sobre o país.

Lia nesse mesmo livro alguma da História recente da Ucrânia. Desde a Revolução Laranja que se afastou da Rússia e se tornou mais "europeia", ou seja, aproximou-se de uma oportunidade de integrar aquilo que o autor chama de "Primeiro Mundo". Dizia ainda Khanna que os ucranianos queriam ser europeus, mais do que pró-russos, mas as últimas Presidenciais furaram-lhe parte da teoria.

Os ucranianos estão, nitidamente, dividos - e sejamos claros: eles estão dividos ente a "subserviência" aos russos ou aos europeus, porque é disso, em última análise, que se trata. Desde o seu afastamento da Mãe Rússia, que viram o preço do petróleo e do gás importados triplicar; mas também viram os aspectos aliciantes de uma aliança pró-ocidental. E esta divisão reflecte-se, numa altura em que a crise põe em causa tanto o lado europeu como o lado russo, nos resultados eleitorais.

 

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