quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Comissão ao trabalho (I)

Dia 9, o Parlamento Europeu aprovou a nova Comissão de Durão Barroso.

O artigo do Público dizia que tinha havido apenas o percalço da Comissária da Ajuda Humanitária, a búlgara que foi trocada por outra búlgara, pelos vistos mais competente. Mas para mim, isso não é verdade, uma vez que, apesar de esta ter sido a única substituição de facto na equipa de Barroso, as "entrevistas" que o Parlamento Europeu realizou aos vários propostos para a Comissão resultaram em grandes polémicas, como é o caso de Catherine Ashton, no qual vários deputados puseram em causa as capacidades e a visão europeísta desta britânica. Isso também foi um percalço. Assim como com a holandesa que passou da concorrência para as telecomunicações e que teve que ser ouvida uma segunda vez à porta fechada.

Mas os treze comissários conservadores, oito liberais e seis socialistas acabaram por ser aprovados e Durão Barroso diz que está com vontade de começar já o (duro) trabalho que tem pela frente - na realidade, tal como ele queria: sem qualquer sombra dos cargos que o Tratado de Lisboa criou. Barroso é mais lido na imprensa internacional que von Rompuy ou Ashton.

Muitos criticam esta Comissão pela falta de visão e por estarem as pessoas erradas nos sítios errados. Considero prematura essa posição; no entanto, tenho que dar a mão à palmatória em casos flagrantes como o de Olli Rehn, que teve um desempenho que considero muito bom à frente do alargamento e que passou para a pasta da economia, sem dar grandes certezas aos eurodeputados.

Na realidade, esta Comissão tem um muito árduo trabalho pela frente, tendo que lidar e criar soluções para o espaço comunitário sair da crise, enfrentando situações delicadas economicamente como a da Grécia ou mesmo a espanhola e a portuguesa.

6 comentários:

  1. Adoro que aches que estas personagens têm qualquer tipo de poder ou influência. É o burocrata anónimo que controla, não a figura pública... Estar lá o Durão ou a Ruth Marlene é igual! (A Ruth é um pouquinho melhor... pelo menos tem o dom da cantiga)

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  2. Ah André para quando um post sobre a sustentabilidade da moeda única? Estamos longe de ser uma zona monetária óptima e não haja dúvida que isso é claríssimo agora.

    Gostava de ler a perspectiva das RI.

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  3. Gostei da comparação com a Ruth Marlene!
    Não me parece que seja assim tão linear. Sem prejuízo para o valor do burocrata anónimo que influi, as figuras de topo têm sempre uma palavra a dizer, nem que seja na alocação dos recursos ou questões de natureza diplomática..

    Assunto complexo, esse da sugestão! Prometo pensar nele e em breve escrever sobre isso.

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  4. Influem mas têm uma função objectivo muito fácil de manipular... O exemplo caricaturado do Yes, Minister é óptimo. Sempre que o Humfrey queria que o minister deixasse de fazer alguma coisa, bastava dizer-lhe "that's such a courageous decision, minister!". O Jim ficava logo amedrontado e voltava atrás... =P

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  5. Ah ah ah! Foste mesmo engraçado! Um bom exemplo. :) Mas que não deixa de mostrar que o Minister tinha sempre a última palavra, apesar de manipulado. É como os consumidores: podem ser manipulados ou levados a determinado objectivo pelo marketing, mas é a eles que cabe a última palavra...

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  6. Mas essa é a diferença entre determinismo e livre arbítrio.

    Posso não consumir se assim escolher vs Posso escolher não consumir. ;)

    Podiam governar se assim escolhessem. Mas não podem assim escolher...

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