quinta-feira, 13 de maio de 2010

Um balanço para Londres

Os últimos dias têm sido marcados por diversos acontecimentos e anúncios importantes para o Reino Unido em termos de governação e eu não tenho tido possibilidade de os comentar aqui. Por isso mesmo, hoje faço um balanço desses dias.

A 10 de Maio, Gordon Brown, demitiu-se da liderança do Partido Trabalhista. Para sair com alguma dignidade e na desesperada tentativa de garantir aos Labour o governo de Londres, promoveu, simultaneamente, conversações com os Lib-Dem na esperança que a sua ligação com os conservadores fosse inviável. A grande cisão entre os dois partidos que tentavam a coligação era precisamente na área da política eleitoral e o então P-M aproveitou-se dessa fragilidade das conversações para se propor como alternativa. Miliband seria o mais provável sucessor de Brown, quer na liderança do partido, quer como Primeiro-Ministro da Rainha. Não podemos esquecer que a saída de Gordon Brown era uma das condições dos liberais para as negociações com os trabalhistas, com os quais sempre preferiram negociar. O então Primier foi acusado de ser oportunista e irresponsável pela imprensa tradicionalmente conservadora.

No dia seguinte, a 11 de Maio, Cameron aborrece-se com as pressões de que os Lib-Dem estão a ser alvo e acaba por exigir uma decisão do partido do centro: ou os conservadores ou os tories – a decisão tinha que ser tomada. Mas entretanto, já Clegg afirmava que as negociações estavam a chegar a uma conclusão e que brevemente se anunciaria o plano dos dois partidos. Ainda assim, aguardava-se com expectativa. Nada garantia a coligações dos partidos, uma vez que poderia surgir cisões inconciliáveis no final das negociações, em aspectos fundamentais para a formação de um governo com ambos os partidos. Alguma tensão podia sentir-se entre os três partidos, especialmente os Labour, que torciam para o não funcionamento daquela junção.

Ontem, quarta-feira, 12 de Maio, David Cameron entrava no número 10 de Downing Street como Primeiro-Ministro do Reino Unido. Era já noite e um preenchido dia tinha passado. Treze anos depois do último conservador e pela primeira vez coligado desde a II Guerra Mundial, Cameron entrava, triunfante, como o mais novo Primeiro-Ministro da história daquele país.

A coligação: a coligação para o governo será uma coligação formal e completa, nas palavras do conservador, considerada a melhor forma de garantir a necessária estabilidade política para o país. Aos Liberais democratas, foram oferecidos vários ministérios e a promessa de um referendo sobre o sistema eleitoral. Depois de cinco dias de negociações, Clegg será o “número dois do governo”. Para mim, isso significa pouco e espero para ter a certeza de qual ministério ocupará. Os restantes ministérios devem ser anunciados entre hoje e amanhã.

Nos próximos dias, continuarei a comentar os últimos acontecimentos saídos destes interessantes dias das eleições inglesas.

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