sábado, 9 de outubro de 2010

Afinal, nem na China...


Afinal nem na China correrá tinta? Quer dizer, a China censurou a notícia sobre o Nobel da Paz deste ano. Tinta parece não correr. 

Dizia o Público de ontem:

"A censura chegou ao Weibo, site de pesquisa semelhante ao Twitter, e ao Sina, serviço de micro blogging do portal com o mesmo nome. A emissão da CNN foi bloqueada quando se transmitia o anúncio. O jornal da noite da televisão do Estado abriu com inundações na ilha chinesa de Hainan, diz a AFP.


Tentativas para enviar mensagens de texto nos telemóveis com os caracteres chineses do nome de Liu Xiaobo falharam, enquanto uma pesquisa com as palavras-chave “Prémio Nobel, paz, Liu Xiaobo” não davam qualquer resultado em motores de busca como o Sina, o Sohu e o Baidu."


No entanto, como todos os restantes países souberam mais abertamente do acontecimento, muita tinta será necessária para defender a sua posição, especialmente no âmbito diplomático e face ao estrangeiro. Agora o regime não tem nas suas celas um pseudo-criminoso que acusam de promover a desordem, mas o próprio Nobel da Paz de 2010, juntamente com as vozes de todo o mundo que passaram a conhecer o senhor e que por ele falam contra os chineses. Pequim ameaçou o seu relacionamento com Oslo depois desta bofetada diplomática. O que será que se segue? Para mim, o pior ainda está para vir e afinal Xiaobo poderá ser quase tão polémico como Obama...

6 comentários:

  1. Se me permites senso-comungar (eu não sou especialista em RI), a China vai mante-lo preso, vai ladrar a Oslo mas não morder, e daqui por um mês só se vai falar nisto em blogues de "liberals"...

    Abraço

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  2. Estás à vontade para senso-conjugar aqui! Eu concordo com isso. Dificilmente a China o libertará (isso seria um sinal de fraqueza de uma potência que não quer de todo passar essa imagem)e vai barafustar com a Noruega (desconheço que tipo de relações têm os dois países. Quanto aos blogues, possivelmente é o que vai acontecer.. :)

    Abraço!

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  3. O que a mim me "surpreende" (e está entre aspas porque a esta altura do campeonato não deve surpreender ninguém) na China é o facto de um país supostamente tão desenvolvido, com vista a tornar-se na primeira potência mundial, ter atitudes destas. Enfim. Estou curiosa para ver a "novela" que se segue entre Pequim e Oslo ;)

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  4. Esse é o paradoxo da China: um país na liderança em termos económicos, com uma influência crescente, mas sem os padrões de comportamento e acção a que os ocidentais estão habituados, especialmente no caso da democracia e dos direitos humanos. Até que ponto será aceite uma potência dessa natureza? Entre Pequim e Oslo, como dizia o Lourenço, será mais um ladrar sem morder.. Mas não deixa de prometer alguns episódios!

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  5. André, é paradoxo da China ou do Mundo Ocidental?

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  6. Depende do ponto de vista.. Para os ocidentais, a China é contraditória ao liderar economicamente e ao ignorar tão descaradamente (!) os direitos humanos.

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