sábado, 10 de julho de 2010

A abertura do regime

Liberalizar o regime não é o mesmo que democratizá-lo. Isto é uma das assumpções básicas da teoria da democracia. Mas, ainda assim, não significa que não tenha qualquer valor para a análise do estado desse mesmo regime.

Quando um governo autoritário, como é o caso do cubano (ou se quiserem, limitadamente democrático ou com semi-democrático ou qualquer outra das inúmeras denominações), mostra alguma abertura, é desde logo um sinal de crise no apoio desse mesmo governo. E com a intenção de recuperar parcialmente o apoio popular indispensável à sua continuidade, então a abertura ou a liberalização limitada são caminhos possíveis.

Talvez seja isso mesmo que está a passar-se em Cuba, uma vez que foram autorizadas libertações de vários detidos políticos. E mesmo que a pressão da Igreja Católica tenha sido preponderante, esta abertura tem um significado. No entanto, o perigo para o próprio governo é imenso: a população pode continuar contra ele, pode saber-lhe a pouco estas concessões, pode começar a imaginar com o horizonte da democracia plena,... Enfim, só o tempo nos dirá qual das opções será. Que a ditadura aguente ainda um sucessor de Raúl? Não me parece.

4 comentários:

  1. Pena não perceberes o alcance disso no nosso ordenamento político....

    Continuas racionalista. Tens de ler Hayek e von Mises, Andreuccio.

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  2. No nosso? Estás a referir-te ao português? Em que medida?

    Manda-me a referência bibliográfica, que eu leio-os quando acabar este trabalho... ;)

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  3. Não. Ocidental.

    http://www.amazon.co.uk/Road-Serfdom-Routledge-Classics/dp/0415253896/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=books&qid=1278780454&sr=8-1

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  4. Ok! Hei-de pegar nele para ver se aceito a tua perspectiva...

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