Afinal de quem é a culpa?
O atentado que ocorreu no Irão no dia 15 de Julho foi reivindicado por um grupo sunita. No entanto, as entidades iranianas apontam o dedo aos Estados Unidos e à União Europeia, que já tinham vindo a lamentar o sucedido e as mortes causadas, e que aqueles culparam de treinar os terroristas.
Repare-se como um atentando que foi claramente contra a maioria xiita do país talvez contra a discriminação da minoria sunita foi percepcionado pelas elites iranianas como um ataque das potências ocidentais. Na realidade, é óbvio que elas sabem que isso está, muito certamente, longe da verdade. Ainda assim, não puderam deixar de tentar inculcar às massas uma imagem demoníaca do outro - o outro que não é muçulmano, fazendo-os acreditar que os sunitas não o fariam sozinhos. A questão da identidade e dos significados que se atribuem às acções concretas são ainda mais importantes para perceber determinadas dinâmicas do que as acções em si. É o que nos ensina, sabiamente, o Construtivismo. E a única interpretação que justifica esta posição do governo iraniano.
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