sábado, 17 de abril de 2010

A marca de Obama

No New York Times li uma interessante análise à política externa americana. Dizia lá que Obama avisou os seus conselheiros que para este domínio teria dois objectivos distintos: o primeiro seria resolver o legado de Bush (Afeganistão, Iraque, imagem dos EUA no mundo) e o segundo seria aplicar a sua própria visão de política externa.

Ora, todos sabemos que nos últimos meses Obama mais não tem feito do que dedicar-se a “assuntos de Bush”. No entanto, agora a situação vai começar a alterar-se e o presidente americano traçará a sua política para o futuro.

Esse artigo falava na última conferência liderada por Obama sobre o nuclear como o primeiro passo dessa nova etapa. A política nuclear (ou desnuclear) foi sempre uma das principais bandeiras do líder americano – aliás, foi por isso que recebeu o Nobel da Paz. E esse assunto não foi esquecido, como provou agora mesmo em Washington ou ainda quando assinou o START II, prometeu que não atacaria com armas nucleares Estados que não as tivessem, etc. Há, de facto, uma linha coerente com uma forte marca do Presidente. É, efectivamente, o primeiro passo. O conflito no Médio Oriente será outra aposta forte para os próximos meses.

Naquele mesmo artigo, vários analistas políticas enquadravam Barack Obama na escola realista, argumentando que o Presidente, para prosseguir os interesses estratégicos do seu país, relegou para segundo plano questões como os Direitos Humanos e a Democracia. É um facto indesmentível. E muitos acreditavam num Obama mais idealista que realista. Mas será realmente possível liderar uns Estados Unidos e uma sociedade internacional sem olhar para questões pragmáticas como os interesses económicos do país? Sim, era. Mas (eleitoralmente) não seria a mesma coisa.

1 comentário:

  1. Uma situação do Carlyle que vai ao encontro do outro e deste post:

    We have undertaken to discourse here for a little on Great Men, their manner of appearance in our world's business, how they have shaped themselves in the world's history, what ideas men formed of them, what work they did;—on Heroes, namely, and on their reception and performance; what I call Hero-worship and the Heroic in human affairs. Too evidently this is a large topic; deserving quite other treatment than we can expect to give it at present. A large topic; indeed, an illimitable one; wide as Universal History itself. For, as I take it, Universal History, the history of what man has accomplished in this world, is at bottom the History of the Great Men who have worked here. They were the leaders of men, these great ones; the modellers, patterns, and in a wide sense creators, of whatsoever the general mass of men contrived to do or to attain; all things that we see standing accomplished in the world are properly the outer material result, the practical realization and embodiment, of Thoughts that dwelt in the Great Men sent into the world: the soul of the whole world's history, it may justly be considered, were the history of these.

    On Heroes, Hero-worship and the Heroic in History

    ResponderEliminar