terça-feira, 6 de abril de 2010

A repetição da História


Aconteceu o que já tinha acontecido?

Não estou certo se já falei aqui no blogue sobre o crescimento e a disseminação dos Taliban no Afeganistão. Este grupo radical islâmico defendia um regresso às origens islâmicas do país e à sua tradição. Adoptou, nos locais que conquistava aos senhores da guerra que proliferavam após a saída soviética, decretos extraordinariamente restritivos, pondo fim a qualquer tipo de entretenimento, desde a música aos jogos; aumentou as restrições às saídas das mulheres, ao comportamento dos homens, à manutenção da sua barba, etc etc.

Na Somália, um lugar cada vez mais perigoso para a segurança internacional, mas que não tem chamado tanto a atenção de outros países, a História repetiu-se: o grupo islâmico Hizb al-Islam proibiu as rádios de Mogadíscio de transmitirem música, uma vez que a interpretação das letras vai contra os preceitos do Islão. Ameaçaram os desobedientes com a aplicação da Sharia, a lei muçulmana. Outras proibições já foram lançadas pelo mesmo grupo, desde o ensino do Inglês a simples festas particulares, além de que fazem um apelo a todos os jihadistas que se concentrem no Corno de África para lutar contra o inimigo do Islão... Foi assim que fizeram os Taliban no Afeganistão até terem conseguido chegar ao poder central, onde mantiveram a mesma linha que acabou por desagradar, compreensivelmente, aos mais conservadores dos islâmicos...

É a História a repetir-se, é o fundamentalismo com tudo o que traz e o resultado disto só dependerá da vontade política e da forma como estes problemas serão tratados internacional e internamente, uma vez que a situação é grave e preocupante. Muito preocupante. 


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