Como escrevia eu no outro dia, muitas vezes a Academia e a Política parecem duas áreas dissociadas. Continuo a afirmá-lo e os exemplos são variados. Mas falei também das condicionantes externas que limitam a acção e as decisões dos políticos.
Neste caso, queria deixar aqui apenas uma nota de agrado à posição que Durão Barroso, no seu papel de Presidente da Comissão Europeia, manifestou:
““Essa questão da migração ou da migração ilegal, ou mesmo dos refugiados, é utilizada como um meio de não apoiar a democracia e eu não estou de acordo com isso”, disse Durão Barroso aos jornalistas, após um encontro com a alta comissária das Nações Unidas para os direitos humanos, Navi Pillay.
“Devíamos apoiar os direitos humanos onde quer que estes estejam a ser ameaçados”, adiantou Durão Barroso, referindo-se ao caso de Itália, onde o líder da Liga do Norte Umberto Bossi, um dos principais aliados de Berlusconi, já se manifestou contra o acolhimento de imigrantes vindos da líbia ao dizer aos jornalistas: “Espero que não venham, e se vierem iremos mandá-los para a Alemanha ou a França.””
Pelo menos Barroso colocou a mão na ferida. É necessário que se acabem algumas hipocrisias políticas, especialmente em locais que se consideram grandes defensores e promotores dos seus valores e princípios, como é o caso da União Europeia.
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