sexta-feira, 11 de março de 2011

Lembraram-se!

A crise mais recente das relações transatlânticas data já da invasão do Iraque, no início da década, quando os EUA conseguiram dividir a Europa. Vários anos já passaram e Obama funcionou como bálsamo – o Presidente que se viraria para a Europa como parceiro. E apesar de o ter afirmado por várias vezes, mesmo durante a sua campanha, a importância que o presidente dos EUA tem dado à Europa é relativa. Compreende-se perfeitamente: nós somos aliados seguros de Washington e convencer a Europa para alguma coisa (veja-se, por exemplo, o caso da Guerra do Afeganistão) é uma dor de cabeça – continuamos sem número de telefone, Van Rompuy e Ashton deixam muito a desejar como líderes,…

Parece, no entanto, segundo esta notícia, que os americanos se lembraram da Europa e que querem “concertar estratégia”.

Algumas curiosidades saltaram-me de imediato à vista antes de ler a notícia: a) lembraram-se de concertar a tal estratégia num assunto em que os europeus estão relativamente unidos; b) a Europa está bastante próxima geograficamente, o que é uma vantagem; c) acho que encontraram aqui um belo testa-de-ferro; c) ainda assim, Obama ligou a Sarkozy, Cameron e Berlusconi (vários números de telefone diferentes, como se pressupõe).

Portanto, o paradigma que defendi acima continua a aplicar-se, assim como aquela característica típica da política externa dos Estados Unidos em que arranjam aliados ad hoc, dependendo do caso que têm em mãos.

2 comentários:

  1. Até hoje ainda não conseguiram responder a Henry Kissinger...

    Abraço, André!

    ResponderEliminar
  2. E tão cedo não haverá telefone para ninguém!

    Abraço, Henrique!

    ResponderEliminar