domingo, 28 de março de 2010

Sanções ou não


As sanções contra o Irão dividem a opinião pública e a comunidade internacional. Na verdade, Obama tem lutado por conseguir aquilo que Bush nunca conseguiu: a unanimidade dos líderes internacionais na aprovação de sanções contra um Irão supostamente nuclear e desrespeitador das normas de Tratados internacionais que o próprio assinou e que pode pôr em causa a segurança do mundo. No entanto, a sua tarefa tem sido muito difícil, como se esperava e como qualquer tentativa de unir "todo" o mundo numa questão tão delicada como esta.

Há interesses nacionais por detrás das decisões em política externa e uma lógica de alianças, amizades e afinifades contra as quais é muito difícil lutar. A Rússia era um primeiro obstáculo, mas que facilmente foi ultrapassado (apesar das ligações a Ahmadinejad, Medvedev não pretente, de longe, um Irão nuclear que desestabilize alguns equilíbrios do Médio Oriente, logo ali às suas portas).

A China continua a ser outro obstáculo: interesses económicos, afinidades com o regime de Teerão,... Enfim, uma série de factores e contextos que apresentei já aqui.

Agora, a nova dor de cabeça de Obama não é um peso pesado como a Rússia e a China, mas não deixa de ser um membro da NATO e uma potência regional, se assim a podemos considerar: a Turquia. Defensora de uma diplomacia menos violenta contra o Irão, é um obstáculo a sanções, dizendo que aquele país tem boas intenções, além de estar interessado no diálogo. Erdogan defende o carácter pacífico do programa nuclear iraniano e acusa certos países de usarem medidas diferentes para um mesmo problema. Claramente ao lado do Irão. O Ocidente não reagiu com grande simpatia a esta posição turca e as relações azedaram.

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