segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Negociações e Política Externa Alemã

As negociações entre o FDP e o CDU continuam. Merkel e Westerwelle tentam arranjar convergências nas suas propostas para a formação do novo governo alemão para que a coligação se concretize de facto. Contudo, mesmo apesar de esta ter sido a escolha de Merkel, em detrimento da renovação da coligação com o SPD, há perspectivas que divergem e que podem trazer à Alemanha e ao mundo uma certa mudança.



Por exemplo, para Westerwelle, não se justifica a existência de um Ministério independente para o Desenvolvimento – paradoxalmente, este foi criado em 1961 por um liberal. Desejável para o líder do FDP era a incorporação deste Ministério no dos Negócios Estrangeiros. Ora, a chanceler discorda, considerando que isso implicaria um tratamento marginal de um assunto tão importante e complexo. Isto pode terminar em mudanças na política externa alemã muito significativas. Westerwelle é contra a ajuda que a Alemanha presta ao desenvolvimento de países que estão a industrializar-se rapidamente, como a China, o Brasil ou a Índia.

Além disso, procurará o próximo Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) negociações rápidas com os EUA para que estes retirem o armamento nuclear que está em solo alemão, no seguimento da sua política de desarmamento nuclear global. Esta intenção não agradará muito ao CDU, que tradicionalmente via este armamento americano como parte essencial da política de segurança alemã.

Apesar de ser criticado por alguns politólogos por falar ao público de assuntos diplomáticos que exigiam alguma discrição (que é, aliás, o ponto forte de Merkel), a verdade é que esperam-se algumas mudanças da presença da República Federal no mundo. Até onde podem ir, só o resultado das negociações e o tempo nos poderão dizer.

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