sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Prémio Nobel da Paz 2009

Os Prémios Nobel têm por hábito surpreender mesmo os mais atentos a todo o processo, galardoando candidatos que não são, de todo, os favoritos. O Nobel da Paz 2009 não foi excepção: todos sustiveram a respiração ao ouvir o nome do Presidente dos Estados Unidos. Segundo o comité responsável pela nomeação, esta ficou a dever-se aos “seus extraordinários esforços para reforçar a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos”. As questões do desarmamento global nuclear e do ambiente não terão sido esquecidas no momento da escolha, que apanhou todos desprevenidos, incluindo Barack Obama que se disse surpreendido. Como em tudo, uns apoiaram, outros criticaram. Mas parece haver um consenso relativamente ao facto deste prémio significar o reconhecimento daquilo que Obama está a tentar alcançar, mais do que aquilo que alcançou em 10 meses de governação. É um apelo à acção, nitidamente.


Considero um pouco forçada esta nomeação, apesar de perceber a intenção dos noruegueses. Muitos discordam completamente dela. E somos todos tentados a comparar Obama com outros vencedores do mesmo prémio: Roosevelt, Wilson, Martin Luther King Jr, Willy Brandt, Madre Teresa de Calcutá, o 14.º Dalai Lama, Suu Kyi, Nelson Mandela, Ramos-Horta, Kofi Annan, Ahtisaari, enfim… Um rol que impressiona. Todos com obra feita. Obama tem ainda a obra por fazer – aliás, como o próprio admite no seu discurso.

Simpaticamente, o porta-voz dos Taliban, Zabihullah Mujahid, apelida o prémio de ridículo, criticando: “The Nobel prize for peace? Obama should have won the 'Nobel Prize for escalating violence and killing civilians'” Muitos tenderão a concordar com o afegão.

Felizes e longe da polémica, vão ficar as organizações de caridade destinatárias de 1,4 milhões de dólares!

Para mais informações:

5 comentários:

  1. será que o sr nobel estará a sorrir ou a arranhar o caixão? quais serão os factores que determinam a atribuição de tão "prestigiado?" galardão? se calhar já passou a ser um prémio, também, politico. não percebo grande coisa do assunto, no entanto é um prémio, que no geral, me agrada. e agora um ditado popular: " mais vale uma na mão, que duas no soutien..."
    sugus

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  2. Ainda hoje... numa trocar de msgs com um amigo falavamos sobre este mesmo assunto! É incomparável o trabalho do 44º Presidente dos EUA com os nomes citados, e em 9 meses de boas intenções fica complicado acreditar o Comité! E como refere a célebre frase Portuguesa "De boas intenções está o mundo cheio"! Nesse sentido até eu mereceria um Prémio Nobel... Já fiz algo pela paz no mundo?Não... Mas posso vir a fazer!
    E atenção, é inegável o respeito e estima que tenho por Barack Obama!

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  3. A atitude da Academia Real das Ciências Sueca não parece revelar uma preocupação multiculturalista na sua atitude em prol de uma paz universal. Apesar do seu esforço,que se considera louvável, em contribuir para a paz, só nos resta esperar para ver quais as acções e reacções do premiado (entenda-se país/potência e não a pessoa) e dos visados a ser objecto de pacificação.

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  4. Concordo plenamente com a tua abordagem sobre o assunto. Também fiquei bastante surpreendido com a atribuição do nobel a Obama, quando, na realidade, ele nao fez mais do que idealizar a cooperação internacional, apelando, simplesmente. Apelar todos nós fazemos. Percebe-se talvez que este prémio esteja um pouco "politizado", infelizmente. É talvez maior a embalagem do que o conteúdo. Falta a acção.

    Estudante de RI.

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  5. Gostaria de agradecer a todos os comentários.

    E acrescentar apenas que, efectivamente, este prémio deverá funcionar como um incentivo para Obama/EUA na prossecução das políticas que este definiu para o seu país e o mundo que, indubitavelmente, "lideram".

    É um prémio político. Premearam (a Academia da Noruega, que é a responsável pelo prémio da paz, note-se) as intenções, mais do que as acções. Apesar de nos custar ao comparar com todos os outros já premiados, acho que devemos dar o benefício da dúvida e esperar que no fim do seu mandato possamos todos afirmar que a capacidade de previsão norueguesa estava certa e que este homem que tenta mudar o mundo realmente mereceu estar ao lado de todos os restantes galardoados.

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