domingo, 11 de outubro de 2009

Tom & Jerry e o Tratado de Lisboa


É com um episódio destes desenhos animados que a ratificação do Tratado de Lisboa se parece cada vez mais. Depois do (segundo !) referendo na Irlanda que deixou todos os europeístas a respirar de alívio, dois nomes surgiam na ribalta: Kaczynski e Vaclav Klaus – nada mais nada menos que os Presidentes da Polónia e da República Checa, respectivamente, ambos eurocépticos que têm adiado ad aeternum a sua assinatura.

Na Polónia, na 6.ª feira, houve o diz que disse. O líder da oposição e ex-Primeiro Ministro polaco, que calha também ser irmão do Presidente da República, desmentiu o assessor do seu irmão gémeo, garantindo à imprensa que este não assinaria o Tratado no Domingo seguinte. Horas mais tarde, lá vem o irmão desmenti-lo, dizendo que não o assinaria no Domingo, mas no Sábado! E assim foi. Depois de mandar o comentário sobre a necessidade de alargamento para os seus aliados nos Balcãs e para a Geórgia, a assinatura foi firmada.

Mais um alívio.

Mas não por muito tempo.

O conservador e eurocéptico Presidente da República Checa ficou sozinho na sua obstinada oposição ao Tratado de Lisboa. Mas não baixou a guarda. Pelo contrário, exigiu que fosse incluída na Carta de Direitos Fundamentais da União uma “nota de rodapé”, que o senhor insiste em não revelar. A União já avisou que a função de pedir uma declaração política cabe ao Governo e nunca ao Presidente da República. Ele continua a bater o pé.

E o fim do ano aproxima-se. E a República Checa nunca teve tanta atenção.

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