É com um episódio destes desenhos animados que a ratificação do Tratado de Lisboa se parece cada vez mais. Depois do (segundo !) referendo na Irlanda que deixou todos os europeístas a respirar de alívio, dois nomes surgiam na ribalta: Kaczynski e Vaclav Klaus – nada mais nada menos que os Presidentes da Polónia e da República Checa, respectivamente, ambos eurocépticos que têm adiado ad aeternum a sua assinatura.
Na Polónia, na 6.ª feira, houve o diz que disse. O líder da oposição e ex-Primeiro Ministro polaco, que calha também ser irmão do Presidente da República, desmentiu o assessor do seu irmão gémeo, garantindo à imprensa que este não assinaria o Tratado no Domingo seguinte. Horas mais tarde, lá vem o irmão desmenti-lo, dizendo que não o assinaria no Domingo, mas no Sábado! E assim foi. Depois de mandar o comentário sobre a necessidade de alargamento para os seus aliados nos Balcãs e para a Geórgia, a assinatura foi firmada.
Mais um alívio.
Mas não por muito tempo.
O conservador e eurocéptico Presidente da República Checa ficou sozinho na sua obstinada oposição ao Tratado de Lisboa. Mas não baixou a guarda. Pelo contrário, exigiu que fosse incluída na Carta de Direitos Fundamentais da União uma “nota de rodapé”, que o senhor insiste em não revelar. A União já avisou que a função de pedir uma declaração política cabe ao Governo e nunca ao Presidente da República. Ele continua a bater o pé.
E o fim do ano aproxima-se. E a República Checa nunca teve tanta atenção.
Sem comentários:
Enviar um comentário