sábado, 12 de fevereiro de 2011

As Revoluções no Médio Oriente V

Estas revoluções de que toda a gente já está farta de ouvir falar não têm só repercussões nos próprios países e nos vizinhos que já sentem os ventos da mudança. Por todo o mundo, são sentidos efeitos.

Eu destacaria dois blocos: os Estados Unidos e a União Europeia.

Os primeiros tiveram dificuldade em responder à revolução egípcia. Continuar a apoiar Mubarak, aliado fiel de sempre (e que por isso lá continuava há uma data de anos), mas que estava na iminência de ser expulso do país? Apoiar as massas descontentes e evitar que para o lugar de Mubarak fosse um qualquer radical islâmico? Pois, a situação era diplomaticamente muito delicada e foi resolvida com uma mãozinha nos dois lados – pois promove-se a democratização, mas não se trata mal o senhor Presidente (quem sabe ele não irá para os EUA exilado?). Aqui  pode ler-se um comentário de quem conhece melhor os Estados Unidos do que eu.

Pois, quanto à União Europeia, o problema não deixa de ser bicudo. As relações com o Mediterrâneo são próximas e há uma série de documentos nesse sentido (daquelas parcerias todas e da condicionalidade política), mas e ver Ashton no momento da revolução? Ninguém se lembrou da senhora e a senhora não se fez notar. Mais uma vez, mais um teste, mais, na minha opinião, um falhanço. Pois foram feitas algumas declaraçõezinhas e estava tudo resolvido. Não houve proactividade, nem a esperteza estratégica de meter a colherada para depois sentir a recompensa de ter um aliado no governo no Médio Oriente. “A UE exerce um soft power”: aceito e acho muito bonito (ninguém está a pedir para mandarem tropas para lá), mas, por favor, não entendam soft power com invisbible / inexistent power. Já para não falar que nem neste assunto tão simples todos se entendem: o Reino Unido está contra a violência do estado; Itália está preocupada com os motins. E para não perder mais tempo com isto, ficam aqui  e aqui  dois links com mais informações.

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