domingo, 6 de fevereiro de 2011

As revoluções no Médio Oriente

“Revolução” é a palavra mais cara ao status quo e ao establishment. Quando uma revolução arranca, o resultado é dificilmente previsível. A repressão é frequentemente usada; o sofrimento, a morte e o sangue abundam. Mas, paradoxalmente, é também uma altura de alegria e exultação. É magnífica essa capacidade humana de revolução, de manifestação de sentimentos, que é, afinal, do que se trata.

Nos próximos dias, escreverei algumas notas sobre este movimento, já muito debatido, mas ainda assim interessante e importante.

Tudo começou na Tunísia. Não por nenhum motivo em especial em termos políticos, ou talvez sim. E é isso que esta onda de democratizações está a trazer de novo: as revoluções foram, como dizia uma notícia do Público, revoluções do Twitter, do Facebook, da Al-Jazira. Eu acrescentaria os telemóveis, a Internet – em suma, é a revolução trazida pela comunicação e pelos meios que a facilitam; pelo conhecimento, pela awareness.

A imolação do jovem tunisino foi o acender do rastilho – a revolta de um só indivíduo que lembrou a muitos outros aquilo que lhes aconteceu, acontece ou aconteceria; o quão difícil é cooperar com um governo corrupto e uma forma de governação injusta. As redes sociais e os meios de comunicação, nomeadamente a Al-Jazira, fizeram o resto:

“As redes sociais ajudaram. A WikiLeaks terá tido um pequeno papel, com telegramas a mostrarem que não eram só os tunisinos que viam a família Ben Ali como uma máfia - os norte-americanos também. Mas a "velha" Al-Jazira teve um papel fundamental, difundindo para as massas aquilo que os ciberactivistas publicavam na Web.” (artigo do Público que pode ser lido aqui)

Curiosamente, como indica o mesmo artigo, a Tunísia é o país do Magrebe com maior número de internautas. Ora, o rastilho rapidamente se incendiou e a imagem que retirei daqui passou a fazer sentido.


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