Não é, por razões que não consigo especificar, a área que mais interesse em termos profissionais me interessa. No entanto, para perceber certas dinâmicas, não podemos evitar olhar para aquele magnífico continente que é África.
E a notícia que vem de lá é a preocupação de uma série de organizações com o futuro do Sudão na eventualidade do iminente colapso do Acordo Abrangente de Paz.
O meu conhecimento sobre a história do Sudão não abunda, mas sei o suficiente para perceber que a situação lá pode gerar um caos em toda a África, atendendo ao tamanho do país e à sua influência. É um caso nítido de um país e duas nações; a parte mais rica e a parte mais pobre; a parte católica e a muçulmana; ódios históricos a que o imperialismo não ligou quando traçou fronteiras geometricamente perfeitas. É urgente resolverem questões como estas. A notícia do Público falava em 1,5 milhões de mortos em 22 anos de guerra civil. É mais do que um qualquer povo pode suportar.
O mundo deve estar atento e promover a resolução pacífica deste diferendo. Eu digo promover e não resolver. Os nativos compreendem as dificuldades que enfrentam e só eles podem aceitar algo mais sustentado; os outros podem apenas ajudar, sugerir e mediar; não criar outra Conferência de Berlim.
O Sudão não foge ao exemplo da maioria dos estados plurinacionais do continente Africano. E no Sudão, como em quase todos os estados, existem divergências étnicas enormes que parecem não ter fim. A Europa, como grande e principal colonizador, deveria ter uma consciência mais acesa quanto ás questões africanas. Enquanto a mátéria prima interessou, os escravos, as terras e os produtos esótericos do outro mundo não acabavam, o continente era disputado e resolvido como brinde em vitórias de guerra. Hoje interessa a tecnologia, o desenvolvimento, os nucleares. África deixou de ser o centro das atenções. Os problemas de África deixaram de ser o dos Europeus em particular e dos países desenvolvidos em geral.
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