Mousavi, líder da oposição iraniana, declarou há dias que estava disposto a ser um mártir pela recondução da política do Irão. Opositor do regime de Ahmadinejad, que acusa de fraudulento, Mousavi, que alguns dizem desaparecido, diz que o seu sangue não é mais vermelho que o daqueles que já morreram por esta causa, nomeadamente um dos seus sobrinhos, que foi morto pelas forças de segurança durante uma manifestação.

Sinceramente, acho que Mousavi não vai ser morto, pelo menos por forças oficiais, uma vez que a morte de um líder que começa a tornar-se bastante carismático e a ideia de mártir e de sofredor por uma causa, como a História tão bem mostra, pode inflamar a população e dar ainda mais ânimo a revoltas que o regime poderá não conseguir conter tanto como gostaria.
E, se observarmos bem, mesmo sem a presença dos media internacionais no país, temos tido acesso a imensas notícias sobre o desenrolar da situação no Irão; é, por isso, impossível controlar tudo e todos, como Ahmadinejad tenta fazer. Lia algures no outro dia que a dar-se uma revolução, esta seria a Revolução do YouTube. É assim mesmo a globalização: permite aos grupos islâmicos terroristas que se transnacionalizem, dando-lhes publicidade, e limita, ao mesmo tempo, as pretensões de uma República Islâmica de se fechar e esconder do mundo o que se passa no seu interior para se proteger.
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