domingo, 3 de janeiro de 2010

Um mártir

Mousavi, líder da oposição iraniana, declarou há dias que estava disposto a ser um mártir pela recondução da política do Irão. Opositor do regime de Ahmadinejad, que acusa de fraudulento, Mousavi, que alguns dizem desaparecido, diz que o seu sangue não é mais vermelho que o daqueles que já morreram por esta causa, nomeadamente um dos seus sobrinhos, que foi morto pelas forças de segurança durante uma manifestação.

A situação no Irão está cada vez mais tensa e preocupante; instabilidade naquela zona do globo é comum, mas Irão, Iraque, Afeganistão, Paquistão e Iémen parece-me mais do que a Ásia pode aguentar. E muitos prevêem uma nova revolução iraniana, desconhecendo os moldes do eventual novo status quo.

Sinceramente, acho que Mousavi não vai ser morto, pelo menos por forças oficiais, uma vez que a morte de um líder que começa a tornar-se bastante carismático e a ideia de mártir e de sofredor por uma causa, como a História tão bem mostra, pode inflamar a população e dar ainda mais ânimo a revoltas que o regime poderá não conseguir conter tanto como gostaria.

E, se observarmos bem, mesmo sem a presença dos media internacionais no país, temos tido acesso a imensas notícias sobre o desenrolar da situação no Irão; é, por isso, impossível controlar tudo e todos, como Ahmadinejad tenta fazer. Lia algures no outro dia que a dar-se uma revolução, esta seria a Revolução do YouTube. É assim mesmo a globalização: permite aos grupos islâmicos terroristas que se transnacionalizem, dando-lhes publicidade, e limita, ao mesmo tempo, as pretensões de uma República Islâmica de se fechar e esconder do mundo o que se passa no seu interior para se proteger.

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