Todos sabemos que os caminhos para a UE são muito diferentes: uns chegam lá, outros não; uns demoram uns meses, outros anos.
A Croácia acabou de encerrar mais uns quantos capítulos nõ seu processo de adesão à União Europeia - deve dizer-se que este país tem feito um grande esforço e os resultados estão à vista nos documentos oficiais da UE, nomeadamente nos relatórios do alargamento e nas estatísticas. Por isso mesmo, a sua adesão deve efectivar-se já em 2012.
A Sérvia iniciou o seu processo de adesão. O caminho dos sérvios parece-me bem mais longo e, para mim, não o alcançarão antes de 2015, a correr tudo muito bem. Problemas de minorias e questões étnicas, Direitos Humanos, uma história mal resolvida e um barril de pólvora que pode não estar assim tão longe de um rastilho pronto a acender-se; o Kosovo é outro dos calcanhares de Aquiles deste país balcânico, a par de variadíssimas outras questões. Mas o seu caminho começou.
E enquanto a Sérvia se inicia nestas andanças e a Croácia dá passos de gigante em direcção aos 27, já a Turquia continua com os seus pequenos passos de bebé. Abriu recentemente o capítulo do ambiente, que é muito complexo e consumirá muito tempo. A questão turca é especialmente delicada: há décadas que esperam a luz verde, há anos que se esforçam por melhorar a sua situação, mas o contexto não é o mais propício. Para além de não conseguirem resultados brilhantes, atendendo à sua própria natureza, o interesse político é escasso e a UE tem conseguido adiar ad eternum a sua adesão. Os EUA promovem-na, mas a Alemanha contraria-a. A Europa está dividida, quer em termos de elites, quer em termos de população. O risco é ter uma Europa islamizada (ainda que demorada) ou muito deslocada para Leste. Para mim, talvez ainda pior, seja ter uma Turquia que se canse de ser moderada, que veja o sucesso dos vizinhos radicais e que se torne extremista mesmo ali às portas da União.
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