quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A nova estratégia

Obama fez ontem o seu discurso sobre a nova estratégia que os EUA vão adoptar para o Afeganistão.

Precisamente na tentativa de eliminar o núcleo duro da al-Qaeda que se encontra no Afegenistão e para evitar que estes se apoderem, entretanto, de armas de destruição em massa, o Presidente Obama vai reforçar, como previsto, o contingente militar americano com mais 30 000 homens (e mulheres) para servir naquele país da Ásia Central. Simultaneamente, apelou a que outros parceiros da NATO fizessem o mesmo, obtendo respostas divergentes: se a França e a Alemanha ponderam esse reforço, já a Espanha, e Itália e o Reino Unido se mostraram disponíveis para apoiar os EUA nesta nova tentativa de derrota dos terroristas islâmicos. A retirada está marcada, provisoriamente e dependendo de vários outros factores, para 2011.

Será esta medida suficiente? Qual o valor que se deve dar à opinião pública em matérias tão sérias e consequentes como esta? 6 em cada 10 democratas estão contra Obama; 6 em cada 10 republicanos estão a favor; a opinião pública está cansada desta missão; deveria Obama ter ouvido a sua população em vez dos seus conselheiros? Estará Obama a trair os seus eleitores? Conseguirão mesmo os Aliados destruir a al-Qaeda e evitar que o Afeganistão/Paquistão se tornen Estados falhados? São muitas as perguntas que me causam algum desconforto face a esta questão, que implica uma grande reflexão. O que seria do mundo se bin Laden alcançasse o urânio enriquecido que há tantos anos procura? Não será esta uma questão com que a comunidade internacional deveria lidar com mais cuidado ou deveria deixar a Ásia entregue à sua sorte? Até que ponto temos o direito de intervir? E até que ponto temos os dever de o fazer? Os islâmicos não gostam do Ocidente nem o toleram; o Ocidente parece-me, apesar de tudo, menos feroz. Será isto o verdadeiro "choque de civilizações" de Huntington? Para onde caminha o nosso mundo?

1 comentário:

  1. Temos o direito de auto-defesa com tudo o que isso implica.

    O nosso mundo caminha para a vitória do misticismo e força sobre a razão e liberdade.

    Abraço

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