Em 1973, o Irão viveu uma revolução que pôs fim a um período de relativa laicidade e o substituiu por um regime islâmico.
Há uns meses para cá, mais precisamente depois da polémica reeleição de Ahmadinejad, os motins têm-se multiplicado nas ruas, assim como as mortes, as detenções e os ferimentos de todos aqueles que continuam, insistentemente, a opor-se ao regime que dizem fraudulento.
Tão insistentemente e sempre com os mesmos resultados, que os leitores deixaram de prestar atenção a tais incidentes. No entanto, os motins regressaram, mais uma vez, com força; um sobrinho do líder da oposição, Mousavi, foi morto durante os confrontos com as forças de segurança; outros tantos tiveram o mesmo destino; o próprio Mousavi foi demitido da Academia de Ciências iraniana; os jornalistas estrangeiros foram expulsos do Irão, mas chegam às redacções ocidentais imagens e filmes que os próprios manifestantes enviam para denunciar o que se vive no país. Ainda mais sintomática é a recusa de alguns polícias a atirarem contra os que participam nestes motins.
A questão que eu queria trazer aqui (e que é, de resto, já levantada por vários especialistas) é se não se estará a aproximar uma nova revolução iraniana? Até que ponto é que todos estes sinais não começam a ser demasiado evidentes e persistentes para que se pense que tudo ficará igual? Conseguirá o regime islâmico de Ahmadinejad e de Khomeini suprimir todo este descontentamento? Estaremos nós a começar a viver uma mudança brutal na comunidade internacional que resultaria da queda de Ahmadinejad?
Vou acompanhar com muita atenção os próximos dias. A semente começa a brotar.
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